Segunda-feira, 27 de Abril de 2009

Red Bull Air Race 09 - No Porto e Gaia a 12 e 13 de Setembro

Portugal continua na rota da Red Bull Air Race World Championship e será este ano a quinta etapa da mais emocionante corrida de aviões de todos os tempos. As novidades são muitas e prometem fazer a diferença; novas cidades, mais pilotos e um formato competitivo que evoluiu em vários aspectos. Em terra e no ar há emoções garantidas entre Abril e Outubro!

 

Pelo quinto ano consecutivo a Red Bull Air Race World Championship promete voltar a encantar com muita acção milhões de espectadores em todo o Mundo. As novidades para 2009 representam uma evolução no conceito daquela que muitos já elegeram como sendo a mais emocionante competição de desportos motorizados da actualidade.

 

Em primeiro lugar, o público português pode desde já descansar. O rio Douro entre as cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia continua a ser um dos cenários de eleição do campeonato. Desta feita, Portugal recebe a quinta etapa - agendada para o fim-de-semana de 12/13 de Setembro. Será a terceira vez que o evento aterra em solo nacional e sempre com índices de popularidade que bateram recordes: 850.000 espectadores em 2007 e um milhão de espectadores presentes em 2008 - Números que fazem da Red Bull Air Race o maior evento desportivo alguma vez realizado em Portugal e uma das maiores concentrações humanas da nossa história.

PILOTOS 2009

Hannes Arch (AUT) (2008 Campeão do Mundo)

Paul Bonhomme (GB) (2º em 2008)

Kirby Chambliss (EUA) (3º em 2008)

Mike Mangold (EUA)

Peter Besenyei (HUN)

Nigel Lamb (GB)

Alejandro Maclean (ESP)

Nicolas Ivanoff (FRA)

Michael Goulian (EUA)

Sergey Rakhmanin (RUS)

Glen Dell (RAS)

Matthias Dolderer (ALEM)

Matt Hall (AUS)

Pete McLeod (CAN)

Yoshihide Muroya (JAP)

 


publicado por MJFSANTOS às 18:24
link do post | comentar | ver comentários (5) | favorito
Sexta-feira, 27 de Março de 2009

Francesinha nasceu no Porto - e não há mais discussão...

 


Sem dúvida, Daniel David da Silva foi o verdadeiro impulsionador da francesinha, ao ter a inspiração de lhe dar um "toque de génio". Pegou numa receita francesa característica, apelidada de "croque-monsieur" e tornou-a suculenta, através do molho, que tem a fama de ser afrodisíaco. Reside nesse condimento o verdadeiro êxito da "france".

 

A pedir uma bejeca atrás de outra, uma cuca, uma surbia, uma granada, uma bazuca, enfim, aquilo a que vulgarmente se chama uma loira ou uma "stout", isto é, uma preta, ou se preferirem (os menos entendidos) uma cervejola...

 

(in Guia da Francesinha)


publicado por MJFSANTOS às 18:11
link do post | comentar | ver comentários (4) | favorito
Quarta-feira, 18 de Março de 2009

Pelourinho de Ovelha do Marão - Amarante - Porto

A antiga honra de Ovelha integrava a localidade medieval de Santa Maria de Bobadela, depois conhecida como Ovelha do Marão, ou Ovelhinha, hoje constituindo a freguesia de Aboadela. Foi uma das poucas beetrias do reino. Teve foral dado por D. Sancho I, em 1196, e foral novo de D. Manuel, em 1514. Conserva ainda um pelourinho, muito singelo, seguramente posterior à outorga de foral manuelino, ainda que de datação incerta.

O pelourinho levanta-se num pequeno largo da freguesia, sobre plataforma de quatro (ou cinco) degraus quadrangulares, toscamente aparelhados, que ficam abaixo da cota do caminho empedrado à beira do qual se situam. A coluna é composta por grossa base circular e fuste cilíndrico e liso. Este é rematado por capitel constituído por uma peça tronco-cilíndrica, encimada por ábaco em tabuleiro, formado por três molduras quadradas crescentes. No topo assenta uma pirâmide de secção quadrangular, de bom tamanho. A singeleza do conjunto não permite datação muito rigorosa, mas é provável que se trate de um pelourinho seiscentista.


Texto: Sílvia Leite - IPPAR

Outros Links:


publicado por MJFSANTOS às 02:05
link do post | comentar | favorito
Quarta-feira, 4 de Março de 2009

Fonte do Ouro - Lordelo do Ouro - Porto

 


Designação

Fonte do Ouro

 

Localização

Porto, Porto, Lordelo do Ouro

 

Acesso

R. do Ouro

 

Enquadramento

Urbano, adossado a muro de suporte da Cç. do Ouro, em aparelho irregular de granito. A O., também adossada ao muro, escadaria de dois lanços, de granito com guarda de ferro, de acesso à mesma calçada. Implanta-se na rua marginal do Douro, desenvolvendo-se a N., na Cç. do Ouro, largo arborizado, de forte pendente. Na proximidade, localiza-se um urinol de ferro.

 

Descrição

Fonte com espaldar voltado a S., enquadrado por pilastras nos extremos e corpo central quadrangular destacado, coroado por cornija contínua saliente do muro envolvente. Espaldar em aparelho regular de granito, apresentando no corpo central, bica partindo de um suporte semicircular, encimada por inscrição gravada "Fonte do Ouro". Em cada um dos panos laterais, bica semiesférica. Ao espaldar adossa-se tanque rectangular de bordo recto revestido a chapa de ferro, possuindo nos extremos, sob as bicas laterais, dois suportes constituídos por arcos de ferro paralelos para colocação de vasilhas.

 

Descrição Complementar

INSCRIÇÃO: No muro de suporte, a que se adossa inscrição gravada "Restaurada em 1940".

 

Utilização:

Equipamento: Fonte

 

Época Construção

Séc. 19 (conjectural)

 

Tipologia

Arquitectura civil de equipamento, neoclássica. Fonte de espaldar, delimitado por pilastras, com parte central quadrangular avançada, coroamento em cornija destacada, três bicas simples e tanque rectangular adossado. Apresenta uma composição clássica, com eixo de simetria e formas geométricas simples.

 

Características Particulares

Apresenta inscrição gravada que permite a sua identificação e data também gravada alusiva à data de restauro.

 

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

 

Materiais

Granito no espaldar, bicas e tanque; cobre nas bicas.

 

Bibliografia

PACHECO, Helder, Porto, Lisboa, 1984; SILVA, Germano da, Fontes e Chafarizes do Porto, Porto, 2000.

 

Documentação Fotográfica

DGEMN: DSID

 

Intervenção Realizada

CMP: 1940 - Restauro da fonte.

 

Observações

Primitivamente, a fonte era abastecida por água que nascia ao cimo da Calçada do Ouro, sendo a mina por onde corria a água conhecida por Mina do Ouro ou da Cardosa.

 

Autor e Data - Isabel Sereno 1996 / Patrícia Costa 2005 – IPA/DGEMN

 


 


 


publicado por MJFSANTOS às 06:57
link do post | comentar | favorito
Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009

Palacete do Visconde de Vilar de Allen - Lordelo do Ouro - Porto

 

 


Foi mandada construir, nos últimos anos da década de 1920, pelo 3º Visconde de Villar d'Allen para sua residência, coincidindo com uma época em que o Porto assistia ao surgimento de uma série de palacetes, que imprimiram à cidade uma marca burguesa. Com ligações à Casa Ramos Pinto (através de laços matrimoniais e comerciais), Joaquim Ayres de Gouveia Allen, engenheiro de formação e cônsul da Bélgica no Porto, é definido como um "misto de aristocrata e capitalista". O projecto para a sua casa de habitação foi concebido pelo arquitecto José Marques da Silva (1869-1947).

Os primeiros desenhos estavam concluídos em Abril de 1927, mas o casal Allen foi introduzindo múltiplas alterações ao projecto inicial que, de forma genérica, se prendiam com o hall de distribuição do espaço interno e com a localização da capela, que se pretendia de acesso directo ao exterior, sendo que todas estas questões acabaram por se reflectir na própria concepção das fachadas, também sucessivamente alteradas. Na sua Dissertação de Doutoramento, António Cardoso analisa este programa, considerando o Petit Trianon, de Versalhes, como o modelo principal da Casa Allen, numa escolha cuja responsabilidade imputa ao encomendador, e da qual resultou uma "imagem mitigada e adulterada de um Petit Trianon, agora portuense, numa linguagem academizante e involutiva".

A planta estrutura-se em torno do hall central, a que se acede através da fachada principal, virada para a rua, e da fachada Sul, cuja monumentalidade acaba por inverter a importância dos alçados, quase anulando o principal. A capela abre-se no alçado Norte, que se articula em três corpos diferenciados.

Ambas as fachadas, de aparelho rusticado, caracterizam-se pela simetria na abertura dos vãos, pelos remates em platibanda, que quase cobrem o telhado, e pelos pórticos, numa linguagem de cariz neoclássico. De acordo com António Cardoso, reside na concepção destes alçados, de leitura equívoca em relação ao interior, uma das novidades do projecto: "a suposta ambiguidade das fachadas significava, afinal, a sua visão totalizadora, uma nova concepção do projecto, e uma nova forma de abordagem". Os jardins, que aproveitam três frentes da casa, distribuem-se da seguinte forma: na entrada e na área lateral Sul, respeitam um esquema racional, e na zona posterior invocam a influência inglesa.

Naturalmente, os projectos para habitações particulares revestem-se de algumas pré determinações, impostas pelos proprietários; facto de grande significado para a análise e contextualização da obra. No que respeita à Casa Allen encontramos vários destes particularismos e, quer de um ponto de vista da integração do edifício no conjunto de obras de Marques da Silva, quer num contexto da própria cidade, a verdade é que o imóvel acaba por se salientar, reflectindo o gosto do seu encomendador. De facto, os eclectismos, e neste caso, os de sabor neoclássico, prolongaram-se, no nosso país, até à década de 1920 mas, de acordo com António Cardoso, a marca ecléctica e neoclássica da Casa Allen constituiu uma expressão academizante no conjunto da obra de Marques da Silva. Por outro lado, nestes anos 20, o imóvel é quase uma excepção na própria dinâmica de opções arquitectónicas da cidade do Porto. Muito embora possamos encontrar pontos de contacto com a Casa de Serralves, do mesmo autor, as linhas art déco desta última assumem-se como um dos mais significativos exemplos desta estética no nosso país, afastando-se dos modelos da Casa Allen. Em todo o caso, não deixa de constituir um importante marco arquitectónico e urbanístico da cidade do Porto.

Mais recentemente, em 1991, foi construída, nos seus jardins, a Casa das Artes, projecto do Eduardo Souto Moura (com data de 1980). A qualidade desta arquitectura, com as características fachadas cegas deste autor, mas abrindo-se para a cidade com a fachada em vidro, a Norte, mereceu a Souto Moura o Prémio Secil.

Fonte: (RC) / IPPAR


publicado por MJFSANTOS às 07:18
link do post | comentar | favorito
Segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2009

Monte do Castelo de Gaia

 


Em termos arqueológicos, Vila Nova de Gaia cedo mereceu o interesse de curiosos e estudiosos, num contexto oitocentista assaz propício à realização de escavações, em pleno despertar europeu para a jovem ciência arqueológica, que teve de igual modo entre nós uma expressão bastante promissora. Desde José Leite de Vasconcellos (1858-1941), passando por António Augusto Esteves Mendes Corrêa (1888-?) até Ricardo Severo da Fonseca e Costa (1869-1940), foram vários os nomes de todos quantos se dedicaram à investigação arqueológica da cidade e seu concelho desde finais do século XIX até ao apogeu do Estado Novo, quando se observou um certo declínio nos estudos entretanto realizados neste âmbito tão específico da cultura portuguesa, em grande parte decorrente da ausência do necessário investimento estatal ao seu incremento generalizado. Esta situação seria, contudo, ultrapassada, assistindo-se a um visível e amplo desenvolvimento da investigação arqueológica conduzida ao longo das últimas três décadas, durante as quais se tem vindo a conceder uma atenção muito especial aos vestígios medievos da cidade de Vila Nova de Gaia, e, mais propriamente, a toda a área ocupada pelo "Castelo de Gaia".

A referência mais antiga de que há conhecimento sobre o "Castelo" remonta a meados do século XVI e é da lavra do conhecido cronista João de Barros (1496-1570), para quem He tão antigo que dizem o fundou Caio Julio Cesar e dahi tomou o nome, uma tradição, aliás, retomada dois séculos depois, quando se referiu serem os muros do "Castelo" fabrica do tempo, e uso Romano. Na verdade, estas alusões não deverão surpreender, pois ilustram bem o contexto cultural vivido nas duas centúrias, mesmo com duzentos anos a separá-las: enquanto a Era de quinhentos revivia a Antiguidade Clássica através do seu Renascimento, setecentos deslumbrava-se com a descoberta de sítios tão paradigmáticos da cultura ocidental, como Pompeia, Herculano e Estábia, enquanto se embrenhava no movimento Neoclássico.

Entretanto, e apesar de as estruturas se encontrarem bastante derrubadas e os materiais fragmentados e misturados, as escavações realizadas na "Área do Castelo de Gaia" (sobretudo a partir de 1983, sob orientação de Armando Coelho Ferreira da Silva) permitiram, por um lado, confirmar a sua ocupação durante o período romano e, por outro, relançar a velha questão da localização de Cale e de um dos dois Portucale. Além disso, as investigações trouxeram à luz do dia vestígios (nomeadamente de cerâmica mamilar) daquele que terá sido um povoado fortificado do Bronze Final (embora alguns materiais pareçam indiciar uma anterior presença humana durante o Calcolítico , com reutilizações datáveis do século I d. C. e Baixo Império Romano, confirmadas, ademais, pela identificação de vários troços de uma monumental muralha romana e recolha de uma vasta série de fragmentos cerâmicos, sem que surgissem, contudo, os elementos identificadores de um castelo medieval no seu perímetro.

Foram, no entanto, encontradas determinadas estruturas pétreas (algumas em negativo) e elementos cerâmicos cronologicamente atribuíveis à Alta Idade Média, Idade Média e Baixa Idade Média  embora a grande concentração de materiais pareça apontar para uma presença humana mais constante no local entre os séculos V e VII. Mas, quanto ao castelo medieval, propriamente dito, não será de afastar a hipótese de as suas estruturas terem sido destruídas pela população durante a crise de 1383-1385, como registou o cronista-mor do reino, Fernão Lopes (1380 ?-1460?), na sua Crónica de D. João I.

Estamos, pois, em presença de uma sobreposição de níveis ocupacionais com reutilização de materiais, a atestar, no fundo, a importância estratégica do local.

Texto: A Martins / IPPAR


publicado por MJFSANTOS às 07:46
link do post | comentar | favorito
Terça-feira, 20 de Janeiro de 2009

Ponte D. Zameiro e Azenhas ou Ponte d'Ave - Macieira da Maia - Vila do Conde - Porto


A ponte de D. Zameiro é uma das várias estruturas de passagem que existiram sobre o rio Ave ao longo da História. A sua origem deve buscar-se à época romana, apesar de a configuração actual não possuir qualquer indício de uma cronologia tão recuada. Nessa altura, a ponte era parte integrante da Via Veteris (designada, na Idade Média, por Karraria Antiqua), uma estrada que, partindo do Porto, ligava à Maia e a Rates, passando o rio Ave na ponte de D. Zameiro e o rio Este na ponte dos Arcos.

A ponte que actualmente existe é o produto de uma (re)construção da época medieval, com grande probabilidade executada no século XII, uma vez que o testamento de D. Fernando Martins, de 1185, já a refere, e outras indicações da primeira metade do século XIII confirmam a sua existência.

É uma estrutura de apreciáveis dimensões mas heterogénea, composta por oito arcos de volta perfeita, assimétricos entre si, existindo alguns de vão mais amplo, cujo ponto de maior elevação é imediatamente abaixo do tabuleiro, e outros de menores dimensões, sobressaindo a sua abertura pouco acima do leito do rio. Entre eles, existem talhamares a montante, de perfil triangular, e talhantes a jusante, de secção quadrangular, elementos que desviam o curso das águas e reforçam os pontos de apoio da ponte. O aparelho é regular e revelador de uma relativa qualidade construtiva, dispondo-se em fiadas horizontais, ainda que os silhares apresentem grandes diferenças entre si. As aduelas dos arcos, pelo contrário, são bastante homogéneas, de desenho fino e comprido, sendo mais um elemento que comprova a qualidade da obra medieval.

O tabuleiro é ligeiramente rampante, mas dominado pela horizontalidade, facto que pode ter explicação na sua ascendência romana, que tão claramente se afasta dos típicos duplos cavaletes das pontes medievais. É protegido por guardas em cantaria, de silhares mais regulares que os do enchimento, tendo o pavimento original sido substituído aquando do recente restauro.

Apesar das obras de consolidação e de desobstrução de arvoredo efectuadas na década de 90 do século XX, em 2001 deu-se a derrocada de um dos arcos, o que obrigou a uma intervenção mais profunda. Os trabalhos então executados foram praticamente integrais, reforçando-se todas as juntas do aparelho com cimento, aplicando-se uma manta de asfalto sobre o pavimento e reconstruindo-se a parte do arco em falta. Em Outubro de 2003, findo o restauro, foi possível verificar a radicalidade da intervenção, que "mascarou" o monumento com uma capa de modernidade.

Ao longo dos tempos, esta secção do rio Ave foi densamente ocupada e explorada pelas populações, instalando-se, nas suas margens, diversos equipamentos, de que são exemplo um açude, duas azenhas e um moinho. Estes imóveis, cuja laboração aproveitava a existência da ponte para permitir a passagem de pessoas e de bens, são de construção popular e utilitária (por isso, mais vulneráveis à erosão do tempo), mas a sua conservação impõe-se como testemunho de um outro tempo, em que o rio foi fonte de rendimento e de sobrevivência, de atracção e de fixação das populações que humanizaram esta paisagem.

Texto: PAF / IPPAR


 


publicado por MJFSANTOS às 07:41
link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito
Sexta-feira, 9 de Janeiro de 2009

Cruzeiro de Azurara - Vila do Conde


O Cruzeiro de Azurara constitui, na verdade, um (e o mais interessante) dentre os vários monumentos semelhantes que ainda hoje se podem apreciar na freguesia. Está implantado no vasto adro da Igreja Matriz de Azurara, rasgada por belo portal manuelino, certamente contemporâneo do cruzeiro.

Numa plataforma de quatro degraus quadrangulares, de aresta, assenta o conjunto da coluna, capitel, e remate em cruz. A coluna é cilíndrica e lisa, com ligeiro espessamento na base, e fuste elegante, elevando-se a boa altura. Junto do topo está um escudo de fundo redondo (escudo português), aparentemente em branco. Sobrepuja-o uma gola em ferro, a partir do qual o capitel ganha maior espessura, antecedendo o capitel. O capitel é composto por um bloco cúbico com faces ornadas por relevos heráldicos e simbólica diversa: assim, a face anterior exibe uma esfera armilar, a face posterior um escudo de armas concelhio, e as restantes uma vieira. Sobre este bloco assenta uma peanha lisa, encimada pela cruz. Esta é latina, de braços largos, sendo os três superiores rematados em flor-de-lis. Nas faces anterior e posterior ficam as imagens de Cristo e da Virgem, o primeiro em posição hierática, com a face voltada para a esquerda e os pés assentes na peanha, e a última de mãos postas. Ambas as imagens são de talhe algo ingénuo, bastante rígidas e inexpressivas, apesar de alguma atenção ao talhe dos panejamentos.

Entre os aspectos mais curiosos do cruzeiro, devemos citar a referência a Santiago de Compostela, expressa nas vieiras do capitel. A Igreja Matriz de Azurara foi mandada erguer por D . Manuel, em 1502, por ocasião da sua passagem pela vila em direcção a Santiago, pelo que a presença das vieiras se deve entender neste contexto. Cruzeiro e igreja terão sido, de resto, erguidos em conjunto, de acordo com a tipologia manuelina deste. Quanto à restante emblemática, merece destaque a esfera armilar, símbolo pessoal de D. Manuel, e testemunho do seu particular empenho na construção do templo. Sobre ele fica a figura de Cristo, assim apresentado como Rei do Mundo, enquanto a da Virgem encima a heráldica concelhia, recordando que é igualmente padroeira do templo, da invocação de Santa Maria.

 

Texto: SML / IPPAR


publicado por MJFSANTOS às 06:18
link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito
Quinta-feira, 8 de Janeiro de 2009

Casa da Praça - Azurara - Vila do Conde


A Casa da Praça de Azurara, situada nas imediações da Igreja da Misericórdia, terá sido edificada nos últimos anos do século XVII. Uma campanha de obras executada entre 1970 e 1980 alterou de forma profunda a fachada posterior da casa, bem com a estrutura interior, mantendo-se apenas o modelo original do frontispício.

 

De planta rectangular, que se desenvolve longitudinalmente, a casa divide-se em dois pisos. O primeiro registo da fachada possui duas janelas com grade de ferro, uma em cada extremidade, e duas portas de moldura almofadada. O registo superior é rasgado por oito janelas de sacada com varandim de ferro, ao centro das quais foi colocada a pedra de armas da família que mandou edificar o palacete.


 

Texto: Catarina Oliveira  - GIF/IPPAR/ 21 de Setembro de 2006


publicado por MJFSANTOS às 05:42
link do post | comentar | favorito
Segunda-feira, 5 de Janeiro de 2009

Manoel de Oliveira explica porque recusa Chaves da Cidade do Porto

 

Cineasta vê a atribuição como um aproveitamento e considera-a contraditória com a actuação da Câmara

Manoel de Oliveira recusa receber as Chaves da Cidade. O realizador encara a atribuição da condecoração, decidida na semana passada pela Câmara do Porto, como um "aproveitamento da ocasião" e diz que não procura benesses.

O cineasta, que completa 100 anos na próxima quinta-feira, considera que esta vontade de entregar-lhe a distinção maior do Município é contraditória em relação à actuação da Autarquia ao longo dos últimos anos e, como tal, "não faz sentido". Em declarações ao JN, assinala que nunca foi consultado sobre se aceitava ou não este galardão e que só teve conhecimento da intenção municipal através do jornais. Contactada ontem, a Câmara do Porto prefere manter o silêncio.

"Tenho recebido o oposto durante vários anos com três presidentes da Câmara, sendo que o último não foi o melhor. Ainda agravou mais a situação", acusou Manoel de Oliveira numa referência ao longo diferendo com o Município do Porto por causa da Casa do Cinema Manoel de Oliveira. Embora nunca tenha pedido a construção do edifício concluído e vazio há cinco anos e que deveria acolher o acervo do realizador, salienta a espera de muito anos por esse reconhecimento que seria uma oferta à cidade. Em Novembro, o ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, anunciou que esse imóvel será um dos três pólos da Cinemateca do Porto.

"Nada sei sobre o que se passa com a Casa do Cinema. Estou perfeitamente alheio e cada vez mais desinteressado. A minha forte vontade era do povo, dos portuenses, do amor que eu tenho à cidade onde nasci e vivo", explica o cineasta, deixando claro que não anda à procura "benesses".

Ainda assim, Manoel de Oliveira distingue os portuenses da "pessoa que gere a casa dos portuenses", considerando que uma distinção da cidade teria um significado totalmente diferente. Porém, olhando para a relação com a Autarquia, a atribuição das Chaves da Cidade seria um "comportamento absolutamente oposto ao que tem tido até agora".

E sustenta a recusa nessa contradição. "Não vou receber coisa nenhuma. Nunca fui consultado para tal. Já tenho recebido tantas ofensas e provocações através do jornal", insiste. "É contraditório e não faz sentido nenhum".

Foi por iniciativa do presidente Rui Rio que o Executivo municipal tomou a decisão, na passada quarta-feira, de homenagear o realizar coma entrega do reconhecimento maior da cidade. Considerando "indiscutível" a projecção internacional que Manoel de Oliveira deu ao nome de Portugal além-fronteiras, o autarca entende que o cineasta deve juntar-se ao núcleo exclusivo de cidadãos que receberam as Chaves da Cidade. Em dois mandatos, Rui Rio ofereceu-as duas vezes.

As relações entre a Câmara e o cineasta têm sido marcadas pelo desacordo quanto ao modelo de gestão da Casa do Cinema. A tal ponto que, em Agosto de 2007, a Autarquia, liderada por Rui Rio, admitiu instalar a Divisão Municipal do Património Cultural e o Departamento de Museus no imóvel. A solução foi muito criticada por Manoel de Oliveira.

 

Por: CARLA SOFIA LUZ, SÉRGIO ALMEIDA, CARLA SOARES E CATARINA CRUZ/ JN

 


VER BIOGRAFIA EM:

pt.wikipedia

 


publicado por MJFSANTOS às 15:50
link do post | comentar | favorito

.mais sobre mim


. ver perfil

. seguir perfil

. 11 seguidores

.pesquisar

 

.Abril 2009

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
17
18

19
20
21
22
23
24
25

26
28
29
30


.posts recentes

. Red Bull Air Race 09 - No...

. Francesinha nasceu no Por...

. Pelourinho de Ovelha do M...

. Fonte do Ouro - Lordelo d...

. Palacete do Visconde de V...

. Monte do Castelo de Gaia

. Ponte D. Zameiro e Azenha...

. Cruzeiro de Azurara - Vil...

. Casa da Praça - Azurara -...

. Manoel de Oliveira explic...

. Porto: Feira do Livro reg...

. Capela de Nossa Senhora d...

. Museu de Arte Contemporân...

. O Dia Em que a Terra Paro...

. Porto vai ter oceanário

. Capela de São João da Igr...

. Ballet Estatal Russo de R...

. Reabilitação do Mercado d...

. IGREJA E EDIFÍCIO DA MISE...

. Casa de Submosteiro Ou Ca...

. Capela do Socorro - Vila ...

. Capela de Nossa Senhora d...

. Capela de Santa Catarina ...

. Pelourinho de Azurara - V...

. Ponte de São Miguel de Ar...

. IGREJA DE S. FRANCISCO DE...

. Casa de São Sebastião ou ...

. Igreja de Santa Clara (La...

. Aqueduto Santa Clara

. Pelourinho de Vila do Con...

.posts recentes

. Red Bull Air Race 09 - No...

. Francesinha nasceu no Por...

. Pelourinho de Ovelha do M...

. Fonte do Ouro - Lordelo d...

. Palacete do Visconde de V...

. Monte do Castelo de Gaia

. Ponte D. Zameiro e Azenha...

. Cruzeiro de Azurara - Vil...

. Casa da Praça - Azurara -...

. Manoel de Oliveira explic...

. Porto: Feira do Livro reg...

. Capela de Nossa Senhora d...

. Museu de Arte Contemporân...

. O Dia Em que a Terra Paro...

. Porto vai ter oceanário

. Capela de São João da Igr...

. Ballet Estatal Russo de R...

. Reabilitação do Mercado d...

. IGREJA E EDIFÍCIO DA MISE...

. Casa de Submosteiro Ou Ca...

. Capela do Socorro - Vila ...

. Capela de Nossa Senhora d...

. Capela de Santa Catarina ...

. Pelourinho de Azurara - V...

. Ponte de São Miguel de Ar...

. IGREJA DE S. FRANCISCO DE...

. Casa de São Sebastião ou ...

. Igreja de Santa Clara (La...

. Aqueduto Santa Clara

. Pelourinho de Vila do Con...

.tags

. arquitectura

. biografia

. capela

. casa

. cultura

. desporto

. dias comemorativos

. edificios

. estatuas

. fc porto

. fotos

. freguesias

. futebol

. história

. historia

. humor

. igreja

. igrejas

. imagens

. matosinhos

. matriz

. monumentos

. mpp

. musica

. noticias

. noticias e opiniões

. património

. penafiel

. poemas

. porto

. portugal

. póvoa do varzim

. quinta

. românica

. ruas

. slides

. video

. videos

. vila do conde

. vilanovadegaia

. todas as tags

.tags

. arquitectura

. biografia

. capela

. casa

. cultura

. desporto

. dias comemorativos

. edificios

. estatuas

. fc porto

. fotos

. freguesias

. futebol

. história

. historia

. humor

. igreja

. igrejas

. imagens

. matosinhos

. matriz

. monumentos

. mpp

. musica

. noticias

. noticias e opiniões

. património

. penafiel

. poemas

. porto

. portugal

. póvoa do varzim

. quinta

. românica

. ruas

. slides

. video

. videos

. vila do conde

. vilanovadegaia

. todas as tags

.links

.subscrever feeds

SAPO Blogs
Em destaque no SAPO Blogs
pub