Segunda-feira, 30 de Abril de 2007
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A
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Tipos de vírus
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VHA, da família dos picornavírus. O genoma é constituído por ARN (ácido ribonucleico). Encontra-se nas fezes da pessoa infectada. O período de incubação dura entre 20 e 40 dias.
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Características
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É frequente em Portugal. Aparece na infância ou na fase de adulto jovem, em especial, nos países em desenvolvimento. Cura-se ao fim de 3 a 5 semanas e não evolui para doença crónica. Raramente exige internamento hospitalar. Não é fatal.
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Sintomas
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Durante o período de incubação, a doença não se manifesta. Inicialmente assemelha-se a uma gripe com febre, mialgias e mal-estar geral, depois aparece a icterícia, a falta de apetite e os vómitos.
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Tratamento
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Não há um medicamento específico. Repouso moderado. A alimentação deve ser rica em proteínas e baixa em gorduras.
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Transmissão
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Através de alimentos ou de água contaminados por matérias fecais. Consumo de mariscos de viveiros contaminados por água de esgotos. Frutas, vegetais e saladas ou outros alimentos crus, contaminados por água de esgotos. Contacto com matéria fecal.
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Formas de evitar contágio
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Lavar as mãos após a utilização da casa de banho, de mudar uma fralda, e antes de cozinhar ou comer. Em países da Ásia, África ou das Américas (Central e do Sul), optar por beber água engarrafada, ingerir alimentos embalados e evitar o consumo de gelo. No convívio com uma pessoa infectada, lavar a louça a temperaturas altas, não partilhar a sanita nem a cama, evitar o sexo oro-anal
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Vacina
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Existe desde 1991. É dada em duas doses: a segunda, 6 a 12 meses após a primeira. Recomendada para pessoas que viajam com frequência ou que permanecem um longo período em países onde a doença é comum entre a população.
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B
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Tipos de vírus
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VHB, da família dos hepadnavírus. O genoma é constituído por ADN (ácido desoxirribonucleico). Encontra-se no homem doente e no portador. Tem um período de incubação lento, entre as seis semanas e os seis meses. É mais comum na Ásia, Pacífico e África inter-tropical, do que no mundo ocidental.
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Características
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Descoberta em 1965, é a mais perigosa das hepatites e uma das doenças mais graves do mundo. Torna-se crónica em menos de 10% dos casos. Pode ser fatal. Existem 350 milhões de portadores crónicos do vírus que podem desenvolver doenças hepáticas graves, como a cirrose e o cancro do fígado. Nos países em desenvolvimento, as crianças são as mais afectadas, enquanto no mundo industrializado, o vírus é sobretudo transmitido aos jovens adultos, por contacto sexual e na partilha de seringas entre os utilizadores de drogas injectáveis.
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Sintomas
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Os primeiros sintomas são febre, mal-estar, desconforto, dores abdominais; mais tarde surgem icterícia, urina escura e fezes claras. Esta hepatite decorre sem sintomas em 90 por cento dos casos.
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Tratamento
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A hepatite aguda B é tratada com repouso. Na hepatite crónica, usa-se o interferão ou o peginterferão durante seis a doze meses. O tratamento com análogos dos nucleósidos, como a lamivudina ou o adefovir, é outra terapêutica utilizada. O tratamento tem uma eficácia de 15 a 45 %.
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Transmissão
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Através: - do contacto com sangue contaminado (partilha de seringas e outros materiais usados pelos consumidores de drogas intravenosas, tatuagens, acupunctura, transfusões de sangue e derivados - do contacto sexual - da transmissão materno-fetal.
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Formas de evitar contágio
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Evitar o contacto com sangue infectado, não partilhar objectos cortantes e perfurantes que possam ter estado em contacto com sangue contaminado, nem seringas e outros objectos utilizados na preparação e consumo de drogas injectáveis e inaláveis e usar sempre preservativo nas relações sexuais. Também se deve ter cuidado com a colocação de piercings, a realização de tatuagens e de tratamentos de acupunctura, se os instrumentos utilizados não estiverem esterilizados. Os familiares de um portador deste vírus devem fazer a vacina contra a hepatite B.
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Vacina
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Existe uma vacina contra a hepatite B desde 1981 que tem uma eficácia de 95%. É administrada em três doses e pode ser tomada por todos, desde que não estejam já infectados com o VHB. Os bebés, filhos de mães portadoras, são vacinados à nascença. Esta vacina faz parte do Programa Nacional de Vacinação.
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C
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Tipos de vírus
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VHC, um vírus ARN da família dos flaviviridus O período de incubação oscila entre os 15 e os 150 dias. Este vírus tem seis genótipos diferentes e uma grande capacidade de se modificar, o que dificulta a produção de uma vacina eficaz.
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Características
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A infecção pelo VHC evolui para uma hepatite crónica em 80% dos casos. Estima-se que existam 150 mil portadores crónicos do vírus em Portugal. Os principais atingidos são os consumidores de drogas injectáveis e as pessoas que receberam uma transfusão de sangue antes de 1992. Pode evoluir para uma doença hepática grave e é, em Portugal, a principal causa de cancro do fígado. Pode ser fatal.
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Sintomas
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Em 75% dos casos os infectados pelo VHC não apresentam sintomas.Podem ocorrer letargia, mal-estar geral e intestinal, febre, perda de apetite, intolerância ao álcool, dores na zona do fígado e, muito raramente, icterícia. O indivíduo com infecção crónica pelo vírus da hepatite C pode não apresentar qualquer sintoma e, no entanto, estar a desenvolver uma cirrose ou um cancro do fígado.
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Tratamento
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O tratamento da hepatite C crónica faz-se com peginterferão, para impedir a multiplicação do vírus e estimular a destruição das células afectadas. Usa-se também a ribavirina que, combinada com o peginterferão, permite melhores respostas ao tratamento. Em situações mais graves, de doença hepática avançada,é necessário fazer um transplante de fígado (o risco de recidiva é de 90 a 100%).
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Transmissão
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Através de sangue ou produtos sanguíneos contaminados. A transmissão por via sexual é rara, mas pode ocorrer. Existe um risco de 6% da mãe infectada poder transmitir o vírus ao feto. É frequente nos toxicodependentes intravenosos. Com o despiste sistemático do anti-VHC nos dadores de sangue, a partir de 1992, a hepatice C pós-transfusional tornou-se excepcional.
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Formas de evitar contágio
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Não usar escovas de dentes, lâminas, tesouras ou outros objectos de uso pessoal que possam ter estado em contacto com sangue contaminado. Não partilhar seringas e outros objectos usados na preparação de drogas injectáveis e inaláveis. Tratar das feridas e cobri-las com pensos ou ligaduras. Usar preservativo nas relações sexuais, sobretudo se tem vários parceiros.
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Vacina
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Não existe uma vacina para a hepatite C.
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D
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Tipos de vírus
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VHD (também chamado de vírus Delta) É constituído por ácido ribonucleico (ARN) e é um Viróide. Só se consegue multiplicar em presença do vírus da hepatite B. Tem um período de incubação de 15 a 45 dias.
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Características
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A infecção com o VHD pode ocorrer em simultâneo com a do VHB (co-infecção) ou ocorrer depois da pessoa já ser portadora do vírus da hepatite B (superinfecção). Na co-infecção, a hepatite pode ser grave e mesmo fulminante, mas raramente evolui para uma forma crónica. Nos casos de superinfecção, o VHD provoca uma hepatite aguda grave e evolui para hepatite crónica em 80% dos casos podendo causar lesões hepáticas graves e contribuir para o desenvolvimento de cirrose. A evolução para cirrose demora entre cinco a dez anos, mas pode surgir 24 meses após a infecção.
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Sintomas
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Na co-infecção: - fadiga, letargia, anorexia, náuseas durante 3 a 7 dias após o período de incubação; depois surgem icterícia, urina escura e fezes claras. Na superinfecção: - na fase aguda são idênticos; na fase crónica, os sintomas são semelhantes, mas menos intensos.
A hepatite D fulminante é rara, mas é dez vezes mais comum do que noutros tipos de hepatite provocada por vírus. Caracteriza-se por encefalopatia hepática, mudanças de personalidade, distúrbios no sono, confusão e dificuldade de concentração, comportamentos anormais, sonolência e, por último, estado de coma.
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Tratamento
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Até agora, não existe um tratamento cem por cento eficaz, o interferão tem permitido obter alguns resultados positivos, mas apenas num em cada dois casos se verifica uma inibição significativa da multiplicação do vírus. A doença, geralmente, recidiva quando se interrompe o tratamento.
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Transmissão
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Através do contacto com sangue contaminado e fluidos sexuais.
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Formas de evitar contágio
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Não dispensar o preservativo nas relações sexuais e não partilhar todo o tipo de objectos que possam ter estado em contacto com sangue contaminado ou de alguém de quem se desconheça o estado de saúde, incluindo seringas, escovas de dentes, lâminas e outros objectos cortantes. É importante ter em atenção as condições de higiene e esterilização dos locais onde se façam piercings, tatuagens e tratamentos com acupunctura. A vacina contra a hepatite B é uma forma bastante eficaz (95%) de prevenção da hepatite D. Em caso de exposição à doença, deve-se receber uma injecção de Imunoglobulina HB nas 48 horas seguintes.
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Vacina
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Não existe uma vacina contra a hepatite D, mas como o vírus Delta só pode infectar alguém em presença do VHB, a vacina contra a hepatite B previne a infecção por este vírus. A vacina da hepatite B faz parte do Programa Nacional de Vacinação e pode ser tomada por todos, desde que não estejam já infectados com o VHB.
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E
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Tipos de vírus
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VHE, um vírus ARN da família dos calicivirus.. Tem um período de incubação entre os 15 e os 45 dias. É mais comum nos climas quentes e o maior perigo de infecção regista-se nos países em desenvolvimento com condições de higiene e saneamento básico precárias
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Características
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A doença, em geral, não é grave, excepto quando ocorre uma hepatite fulminante (interrupção total ou quase total do funcionamento do fígado). Esta situação é frequente nas mulheres grávidas, podendo atingir uma taxa de mortalidade de 20 por cento, se o vírus for contraído durante o terceiro trimestre de gravidez. Esta hepatite não se torna crónica.
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Sintomas
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Os jovens e os adultos, entre os 15 e os 45 anos, apresentam icterícia, falta de apetite, náuseas, vómitos, febre, dores abdominais, aumento do volume do fígado e mal-estar geral. As crianças, em geral, não apresentam sintomas.
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Tratamento
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As infecções são, em geral, limitadas, a recuperação acontece em pouco tempo e não é necessária hospitalização, excepto em casos de hepatite fulminante.
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Transmissão
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Através de alimentos ou águas contaminadas por matérias fecais, sendo rara a transmissão de pessoa para pessoa. Não há registos de transmissão por via sanguínea e sexual.
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Formas de evitar contágio
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Quando se viaja para zonas onde a doença é comum, devem-se redobrar os cuidados de higiene, ter em atenção o estado da água da rede pública, beber sempre água engarrafada e selada, consumir frutas e vegetais só depois de cozinhados e evitar o consumo de marisco crú. Não está provado que se dê o contágio por via sexual, mas devem evitar-se os contactos oro-anais.
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Vacina
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Não existe vacina.
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G
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Tipos de vírus
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VHG, um vírus composto por ácido ribonucleico (ARN), pertence à família dos flavivírus. Tal como o vírus da hepatite C, também apresenta diferentes genótipos. A infecção pode ocorrer em simultâneo com a infecção pelo VHC, mas os estudos feitos até agora permitem concluir que este vírus não agrava a hepatite C nem perturba o seu tratamento.
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Características
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A gravidade da infecção pelo VHG para o organismo humano é baixa ou quase nula; a infecção é geralmente suave e temporária, havendo apenas relatos muito esporádicos de hepatite fulminante. 90 a 100 % dos infectados tornam-se portadores crónicos, mas podem nunca vir a desenvolver uma doença hepática. Por ter sido descoberto recentemente (1995), ainda não foi possível determinar com exactidão as consequências da infecção por este vírus, mas, por enquanto, tudo leva a crer que o vírus não provoca lesões hepáticas.
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Sintomas
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As pessoas infectadas com o vírus G não apresentam sintomas.
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Tratamento
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Não existe um tratamento específico.
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Transmissão
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Transmite-se por via sanguínea, mas desconhecem-se ainda outras formas possíveis de contágio.
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Formas de evitar contágio
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Evitar o contacto com sangue contaminado e produtos derivados de sangue. É aconselhável usar sempre protecção nas relações sexuais e deve-se evitar a partilha de objectos cortantes e de instrumentos usados na preparação e consumo de drogas injectáveis ou inaladas.
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Vacina
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Não existe vacina.
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