Domingo, 25 de Maio de 2008

Castelo do Queijo - Foz do Douro - Porto

 


O Forte de São Francisco Xavier foi erigido junto à rochosa foz do rio Douro, sobre o penedo do Queijo, cuja toponímia acabaria por dar origem ao nome pelo qual a fortaleza é habitualmente conhecida, Castelo do Queijo.

Integrada no plano de defesa da costa marítima portuguesa, levado a cabo no período pós-Restauração, a construção da fortaleza foi inicialmente delineada em 1561 pelo engenheiro francês Lassart, responsável por "inspeccionar as fortificações existentes e projectar as que fossem necessárias" na zona norte do país. No entanto, "o escasso interesse estratégico" da zona do Queijo fez com que a edificação fosse adiada, iniciando-se somente cerca de 1661, segundo plano do engenheiro Miguel de L'École.

De planta trapezoidal "baseada num triângulo equilátero cujo vértice aponta ao mar", o forte possui panos muralhados rodeados por fosso, com canhoeiras e guaritas rematadas por cúpulas. O grande portal de acesso ao interior, com ponte, é encimado pelo escudo real, permitindo o acesso ao átrio da praça, onde se edificou a Casa do Governador e espaços de aquartelamento de um piso. Uma rampa, colocada numa das extremidades da praça, dá acesso à bateria.

A obra, dirigida pelo capitão Carvalhais Negreiros, foi edificada a expensas da edilidade local, que ficou também responsável pela sua manutenção futura, o que em muito desagradou aos vereadores da cidade do Porto. Estes acabariam por pedir ao rei D. João V, em 1717, que desactivasse as funções defensivas da fortaleza e extinguisse a sua companhia, por considerarem que o Castelo do Queijo era "inútil e supérfluo, que nenhuma utilidade é a dele, pois aquela costa por si se defende" (www.jf-nevogilde.pt). No entanto, e apesar dos argumentos apresentados, o monarca manteve a praça activa.

No início do século XIX, a estrutura da fortaleza era considerada obsoleta, não tendo tido qualquer papel de relevância na defesa da cidade durante as Invasões Francesas. Porém, durante o cerco do Porto, entre 1828 e 1834, as tropas miguelistas ocuparam o Castelo do Queijo, num período conturbado que em muito contribuiu para a destruição de parte da estrutura. Depois da derrota absolutista, o forte ficou votado ao abandono, chegando a ser saqueado pela população.

O Castelo do Queijo passou por diversas tutelas ao longo dos séculos XIX e XX, até que em 1978 foi entregue à Associação de Comandos. Com a estrutura primitiva restaurada, o Forte de São Francisco Xavier serve actualmente como espaço cultural e museológico, albergando um museu histórico-militar.

 


Texto: Catarina Oliveira - IPPAR

 

OUTROS LINKS:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR)
  • Junta de Freguesia de Nevogilde
  • Castelo do Queijo - (pt.wikipédia)
  • Castelo do Queijo - (fotos - wikimedia)
  •  


     


    publicado por MJFSANTOS às 04:47
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    Sábado, 24 de Maio de 2008

    Forte de São João Baptista da Foz - Foz do Douro - Porto

     


    O Forte de São João Baptista da Foz, também conhecido como Castelo de São João da Foz, localiza-se na freguesia de Foz do Douro, no concelho e Distrito do Porto, em Portugal.

    Ergue-se em posição dominante na barra do rio Douro, guarnecendo o acesso fluvial à cidade do Porto.

    História

    Iniciado durante o reinado de D. Sebastião (1557-1578), em 1570, sob a supervisão de João Gomes da Silva, diplomata e homem de confiança da Corte, constituía-se em uma simples estrutura abaluartada, envolvendo o hospício (mosteiro) e a igreja dos beneditinos de Santo Tirso (Igreja Velha) antigas estruturas medievais.

    O bispo de Viseu, D. Miguel da Silva edificou neste local uma igreja e paço abacial anexo, para os quais recorreu aos projectos do arquitecto Francesco de Cremona recrutado em Itália; conjuntamente com o Farol de São Miguel-o-Anjo (concluído em 1527), que dista do local poucas centenas de metros, resultaram da sua acção mecenática e constituiram a primeira manifestação de arquitectura renascentista no Norte de Portugal (a capela-mor e nave da igreja, com o envolvimento da estrutura abaluartada e o desmonte da cobertura, funcionaram como praça de armas do forte).

    Com a Guerra da Restauração da independência impôs-se a remodelação da fortificação. Receando uma invasão espanhola pela fronteira norte do reino, o rei D. João IV (1640-56), em 1642 despachou para a cidade do Porto o novo Engenheiro-mór do Reino, o francês Charles de Lassart. Este teve oportunidade de constatar, in loco, a ineficácia da estrutura seiscentista diante dos meios ofensivos setecentistas, e elaborou-lhe um novo projeto que a ampliava e reforçava. As obras ficaram a cargo do jesuíta João Turriano. Entretanto, problemas suscitados pela fonte dos recursos junto à Câmara Municipal do Porto e problemas pessoais do Tenente-governador da fortificação Pinto de Matos (1643-1645) atrasaram sensívelmente o início das obras.

    Com a nomeação de Martim Gonçalves da Câmara, como substituto de Pinto de Matos (Maio de 1646), as obras foram finalmente iniciadas, com a demolição da Igreja Velha no mesmo ano. Tornadas prioritárias diante a invasão do Minho por tropas espanholas, encontravam-se concluídas em 1653. Dois anos mais tarde, era considerada a segunda do Reino, logo após a de São Julião, e a chave dela [cidade do Porto] com a qual não só se [a] assegurava mas toda a Província do Entre-Douro e Minho e a da Beira. Ao final do século XVII, em 1684 estava guarnecida por 22 artilheiros, congregando seis regimentos de Cavalaria e dezoito de Infantaria.

    No início do século XIX durante a Guerra Peninsular, a 6 de Junho de 1808, o Sargento-mor Raimundo José Pinheiro ocupou as suas instalações, e, na madrugada seguinte, fez hastear no seu mastro a bandeira das Quinas, primeiro ato de reação portuguesa contra a ocupação napoleônica. A fortificação estaria envolvida poucos anos mais tarde nas Revoltas liberais, tendo protegido, durante o cerco do Porto (1832-1833), o desembarque de suprimentos para a cidade.

    Diante da evolução das embarcações e da artilharia, progressivamente perdeu a função defensiva, sendo utilizada como prisão para presos políticos. Entre os nomes ilustres que estiveram detidos nos seus cárceres, relancionam-se os de José de Seabra da Silva (à época do Marquês de Pombal) e os liberais José de Passos Manuel e Duque de Terceira.

    No século XX foi residência da poetisa Florbela Espanca, esposa de um dos oficiais da guarnição. Recentemente, na primeira metade da década de 1990, o monumento sofreu intervenção arqueológica sob a responsabilidade do Gabinete de Arqueologia Urbana da Divisão de Museus e Patrimônio Histórico e Artístico da Câmara Municipal do Porto. Atualmente sedia o Instituto da Defesa Nacional.

    Características

    No século XVII, o projecto de Lassart, embora modificando a orgânica da estrutura, não tocava no essencial da defesa quinhentista. A antiga igreja, inserida na área militar, foi demolida, desaparecendo a parte central da fachada, sendo abertas as torres, removidas as lajes das campas no seu pavimento (reaproveitadas na alvenaria) e apeada a abóbada (a primeira em estilo renascentista do país). Agora a céu aberto, passou a servir como praça de armas, enquanto os seus anexos foram soterrados para consolidar o terrapleno do baluarte leste. Os nichos dos altares laterais foram entaipados por muros de alvenaria de pedra.

    A partir da realidade imposta pela irregularidade do terreno e pela fortificação preexistente, a planta da nova estrutura apresenta o formato de um quadrilátero retangular orgânico com três baluartes e um meio baluarte, concentrando o fogo da artilharia pelo lado de terra, dadas as dificuldades naturais de transposição da barra do rio Douro. O único baluarte de traçado regular é o que aponta para a barra; dos dois voltados para o lado de terra, o do leste, é excepcionalmente pontiagudo, terminando num esporão de grande altura, enquanto que do oeste prolonga-se por um espigão destinado a eliminar um ângulo morto, atualmente quase encoberto pelo aterro viário.

    O novo portal de acesso ao forte, em estilo neoclássico, foi construído pelo Engenheiro Reinaldo Oudinot (1796), dotado de ponte levadiça, corredor de entrada acasamatado e corpo de guarda tapando a fachada palaciana no lugar de um revelim seiscentista. Esta foi a última obra promovida, embora ainda se encontrasse incompleta em 1827.

     


    (Texto: Wikipedia)

     

    OUTROS LINKS:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR)
  • Forte de São João Baptista da Foz (pt.wikipedia)
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    publicado por MJFSANTOS às 05:59
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    Quarta-feira, 21 de Maio de 2008

    Forte de São João Baptista ou Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção - Vila do Conde - Porto

     

     


    Desde a Idade Média que a protecção da foz do rio Ave preocupava os governantes de Vila do Conde. Em meados do século XIII a povoação detinha alguma importância como porto de pesca e estaleiro naval, pelo que a defesa da barra do rio face aos ataques de pirataria era fundamental. Foi então edificada uma torre junto à Ermida de Nossa Senhora da Guia, na foz do rio, por ordem do infante Afonso Sanches, filho de D. Dinis.

    Embora este fortim se tenha mantido activo até ao século XIX, a sua eficácia na defesa do rio foi-se tornando insuficiente, e por este motivo D. Duarte, 5.º duque de Guimarães e senhor de Vila do Conde, mandou edificar nos finais do século XVI uma fortaleza no mesmo local, cuja traça é atribuída ao engenheiro Filippo Terzi.

    A estrutura do forte insere-se na tipologia utilizada na arquitectura militar da época. De planta poligonal, a fortaleza possui cinco baluartes, para os quais teria sido projectado um igual número de guaritas; destas apenas foram edificadas três. Sobre a porta de armas, com moldura em arco de volta perfeita, foi colocado o escudo de armas de Portugal. No interior da praça de armas subsistem ainda as casamatas, diferenciando-se as divisões da casa do governador, a cozinha, o paiol, os restos de uma capela.

    As obras de edificação da fortaleza iriam arrastar-se pelo século XVII. D. Teodósio, 7.º duque de Bragança, retomou a construção do forte, designando como responsável pela mesma o engenheiro António de Vila-Lobos. No entanto as obras só seriam concluídas em 1642, quando D. João IV ordenou a conclusão da muralha leste e o reforço da guarnição, face às necessidades de defesa das Guerras de Restauração.

    Depois de 1834 o Forte de São João Baptista deixou de ter guarnição, sendo a partir de então utilizado para o registo de entrada e saída de embarcações da barra do Ave. Quase votado ao abandono no século XX, foi recuperado na década de 90 através do aproveitamento do espaço para a edificação de uma unidade hoteleira.

     



     

    Texto: IPPAR - C.O.

     

    OUTROS LINKS:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR)
  • Forte de São João Baptista (pt.wikipedia)

     


  • publicado por MJFSANTOS às 04:14
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    Terça-feira, 20 de Maio de 2008

    Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição - Póvoa do Varzim - Porto

     


    A Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição foi edificada no começo do século XVIII, entre 1701 e 1740, coincidindo com o reinado de D. Pedro II e D. João V. Situada frente ao porto, na Avenida dos Banhos, foi utilizada para a defesa dos ataques piratas tão frequentes em aqueles tempos. É um edifício de traçado pentagonal em que se destacam suas muralhas e seus quatro baluartes. Seu portal está coroado pelo escudo real e por seu campanário. Possui nas suas instalações uma capela com a imagem da Nossa Senhora da Conceição do século XVIII, situada na tribuna, e um retábulo barroco com quatro colunas. Actualmente é a sede do quartel da Brigada Fiscal da G.N.R. Classificada como Imóvel de Interesse Público.


     

     

     

    LINKS:

     

     


    publicado por MJFSANTOS às 07:52
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    Quinta-feira, 1 de Maio de 2008

    Casa de Chá da Boa Nova - Leça da Palmeira - Matosinhos

     


    «Esta obra constitui um dado qualitativamente novo, quer na obra de Álvaro Siza quer na arquitectura portuguesa, em boa parte pela forma como ela correspondeu às expectativas de uma geração de arquitectos e de críticos. O projecto iniciou-se em 1956, ao vencer um concurso, a que concorreu uam equipa de colaboradores do gabinete de Fernando Távora e Francisco Figueiredo. Foi desenvolvido inicialmente por uma equipa de cinco pessoas sob a supervisão de Fernando Távora. Álvaro Siza no início de 1958, desenvolve a versão final do projecto, passando a ser responsável pelo mesmo (...) A presença maciça e pesada da paisagem, de elementos naturais e de uma capela, traduz-se em dois aspectos da obra. O percurso de acesso é disciplinado por muros e degraus, onde é retirada ao visitante a percepção plena da paisagem. A construção é vista a partir de um nível mais baixo com os telhados a dissolverem-se com o terreno, com as paredes brancas opacas. Depois do acesso, feito sob um alpendre baixo acentuando o acto de entrada num mundo interior quase sagrado, só então se revela a presença magnífica da paisagem. (...) Do ponto de vista compositivo, a relação com a paisagem e a topografia é obsessiva, numa minúcia que tenta deixar imaculadas as rochas, com a construção a contorcer-se, distender-se no sítio.»


    Foto: José Eduardo Gama (2006)-IPPAR

    (Rogério Vieira de Almeida, "Casa de Chá da Boa Nova", in Arquitectura Portuguesa do século XX, Lisboa, CCB, 1997, p.238).


    publicado por MJFSANTOS às 09:24
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    Quarta-feira, 30 de Abril de 2008

    Piscinas de Marés de Leça da Palmeira - Matosinhos

     


     A construção desenvolve-se de forma linear, paralela à avenida e ao mar, mas a sua implantação recolhe-se de forma a não obstruir a visão, quer terrestre, quer marítima, situando-se, assim, o nível da cobertura ao nível da avenida. Com uma estruturação que se insere na sequência contínua do muro da praia, o sistela de acessos é um percurso disciplinado pela presençã dos muros de "betão bruto", ao longo do qual algumas transgressões da ortogonalidade e linearidade dominantes induzem o olhar para pontos focais da paisagem, ao mesmo tempo que uma série de paredes se dobram e curvam de forma abrupta, preparando o utente para a experiência do espectáculo da paisagem e para a utência do espaço das piscinas."


    (Texto de Ana Tostões/IPPAR)

    Foto: Telmo Cunha


    publicado por MJFSANTOS às 10:14
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