A antiga honra de Ovelha integrava a localidade medieval de Santa Maria de Bobadela, depois conhecida como Ovelha do Marão, ou Ovelhinha, hoje constituindo a freguesia de Aboadela. Foi uma das poucas beetrias do reino. Teve foral dado por D. Sancho I, em 1196, e foral novo de D. Manuel, em 1514. Conserva ainda um pelourinho, muito singelo, seguramente posterior à outorga de foral manuelino, ainda que de datação incerta.
O pelourinho levanta-se num pequeno largo da freguesia, sobre plataforma de quatro (ou cinco) degraus quadrangulares, toscamente aparelhados, que ficam abaixo da cota do caminho empedrado à beira do qual se situam. A coluna é composta por grossa base circular e fuste cilíndrico e liso. Este é rematado por capitel constituído por uma peça tronco-cilíndrica, encimada por ábaco em tabuleiro, formado por três molduras quadradas crescentes. No topo assenta uma pirâmide de secção quadrangular, de bom tamanho. A singeleza do conjunto não permite datação muito rigorosa, mas é provável que se trate de um pelourinho seiscentista.
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O edifício da Pousada do Marão encerra as duas vertentes que trespassaram a arquitectura portuguesa praticada durante a vigência do Estado Novo. Por um lado, este edifício integra em si a exaltação da ruralidade, quer pela localização, quer pela solução dos materiais e das técnicas empregues na sua construção: a opção pelo granito e pela telha que convivem com janelas guilhotinadas e arcos de volta perfeita. Por outro lado, a colaboração de Januário Godinho está já bem patente nesta obra, tendo em linha de conta a preocupação com as pré-existências, bem patentes na forma como o edifício de adapta à paisagem, de tal forma que o risco da sua concepção passa pela sua integração na malha traçada pela própria montanha. Assim se estabelendo a continuidade com uma tradição que se funda na revalorização da relação entre construção e natureza.
Sobranceiro ao rio, e junto à igreja de São Gonçalo, encontra-se um templo de pequenas dimensões dedicado ao Nosso Senhor dos Aflitos. Contudo, a designação mais comum é a de Igreja de São Domingos, por ter sido fundado pela Venerável Ordem Terceira do Patriarca São Domingos. Estava concluído em 1725 e a sua planimetria centralizada (circular com dois volumes laterais rectos) revela um gosto barroco de tradição seiscentista. A fachada, que ocupa um dos volumes salientes e rectangulares, é aberta por portal encimado por frontão triangular, interrompido pela janela superior. Remata o alçado um outro frontão triangular, com brasão no tímpano.
A janela da fachada ilumina o coro alto, sobre a entrada do templo, e este é delimitado por uma balaustrada que incluí o órgão no seu interior. Neste espaço centralizado, ganha especial importância a talha setecentista dos diferentes altares, que extravasa o âmbito dos retábulos para surgir nas sanefas e molduras dos diferentes vãos, ou ainda do arco triunfal. Por sua vez, também a imaginária contemporânea que a acompanha se reveste de grande significado, não apenas por ilustrar a invocação de cada altar, como também pelo seu valor artístico. A mais importante é a do orago da igreja, que originalmente se encontrava na Capela do Pópulo, na igreja de São Gonçalo, e que foi transferida para São Domingos no ano da conclusão do templo.
O altar de Santa Rosa Lima (lado da Epístola) e o de Nossa Senhora do Ó (lado do Evangelho) remontam a uma data próxima de 1739, apresentando grandes semelhanças entre si. As imagens que aí se encontram são também do século XVIII. Já no que respeita ao retábulo da capela de São Vicente Ferrer é conhecido o entalhador, Manuel Pereira da Costa Noronha.
Ladeiam o arco triunfal duas figuras-tocheiros, de madeira estofada a ouro e policromada. A capela-mor, cujo volume rectangular corresponde à entrada, separa-se da nave através de uma grade baixa, e é revestida por talha dourada, de estilo nacional, incluindo o tecto, em abóbada de caixotões. O cadeiral é de talha mas sem douramento. O retábulo, da mesma época, exibe a já referida imagem de Cristo Crucificado, integrada num conjunto que representa o Calvário, para além de outras imagens também do século XVIII.
Nesta igreja de reduzidas dimensões observamos a preferência pela planimetria centralizada, cujo gosto, bastante difundido no nosso país, principalmente durante o século precedente, radica, em última analise, na devoção ao Santíssimo Sacramento. Esta, foi aqui complementada pelo recurso aos inúmeros elementos de talha dourada, que com o seu brilho, contribuíram para a desmaterialização e ampliação do espaço interno, num constante apelo aos sentidos, tão caro ao período barroco.
A igreja de São Pedro de Amarante destaca-se na malha urbana não apenas pelo seu relativo isolamento mas, principalmente, pela verticalidade da sua fachada-torre, rematada por coruchéu e pela cruz da teara papal, que evoca o primeiro papa, a quem o templo é dedicado. O portal, de verga recta, é encimado por aletas que integram uma cartela com a teara, enquanto nos remates dos corpos laterais da fachada se exibem as imagens de São Pedro e São Paulo.
Neste mesmo lugar ergueu-se, anteriormente, a capela de São Martinho, propriedade da misericórdia de Amarante. Terá sido destruída para dar lugar ao templo actual, edificado, muito possivelmente no decorrer do século XVII. Na verdade, o tecto de alfarge da sacristia parece ser o seu elemento mais antigo, mas há notícia de um contrato para o douramento dos retábulos colaterais e outros elementos de talha em 1687, ano em que a igreja já estaria concluída.
Em todo o caso, a torre sineira foi levantada bastante mais tarde, datando de 1727. Por sua vez, a capela-mor foi objecto de uma campanha em meados da centúria, com obra de pedraria executada em 1746 pelo mestre António Gomes e retábulo-mor entalhado em 1748 por José de Fonseca e Lima. O douramento da tribuna ocorreu já em 1760 pelos pintores Manuel de Queirós e João Manuel de Sousa.
No interior da igreja, de nave única, merecem especial referência os elementos de talha dourada que, apesar de contidos, extravasam os altares para revestir o arco triunfal, encontrando-se ainda presentes nas sanefas das janelas e púlpitos. O corpo do templo é percorrido por um silhar de azulejos de padrão seiscentista, amarelo e azul, e a abóbada de berço apresenta pinturas de motivos neoclássicos. Já na capela-mor, o tecto apresenta vinte e cinco caixotões e os vãos exibem uma moldura de talha dourada.
Telões é uma interessante igreja tardo-românica do aro de Amarante, que ilustra bem a densidade de povoamento da região nos primeiros tempos da monarquia portuguesa. Apesar de não se saber, ao certo, quando foi construída, a igreja inscreve-se nos derradeiros tempos do Românico, eventualmente no século XIII, pouco depois de D. Afonso Henriques ter doado o mosteiro de Telões aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho (1173). O portal principal, hoje parcialmente escondido pela moderna galilé, revela bem o marco tardio da construção, com o seu arco ligeiramente apontado, de três arquivoltas assentes directamente nos pés-direitos e o tímpano sem qualquer decoração. A história do templo, todavia, é ainda mais recuada, remontando as suas origens aos finais do século IX e à implantação de um mosteiro dúplice presumivelmente vinculado à autoridade asturiana.
Ao longo dos tempos, a igreja foi sucessivamente enriquecida. No final da Idade Média algumas paredes do interior foram revestidas com painéis murais, cujas composições seriam historiadas, mas de que restam apenas frustes fragmentos. Bastante mais importantes foram as obras do período barroco. Em finais do século XVII, ergueu-se a galilé, que ocultou parte da frontaria, e, pouco depois, realizaram-se os retábulos de talha do interior, sendo particularmente tardio o retábulo-mor, estilisticamente conotado com a transição para o neoclássico.
O facto de a igreja ter sido restaurada em data tardia (já na década de 80 do século XX), favoreceu a preservação dos elementos artísticos da Época Moderna, ao contrário de muitas outras igrejas de origem medieval, expurgadas dos seus momentos de historicidade pela Unidade de Estilo praticada empiricamente pela DGEMN, no seu período áureo de intervenção.
Permanecem por esclarecer as origens da igreja de Gatão. Uma tradição, por enquanto lendária e sistematicamente veiculada na historiografia, atribui a fundação do templo ao século IX, altura em que se verificou uma efectiva organização do território em torno do Douro, por iniciativa da monarquia asturiana.
A parcela mais antiga que actualmente se conserva no conjunto - a capela-mor - data da época românica, de um momento não identificado que pode coincidir com os meados do século XIII, como pretende. Apesar da relativa modéstia construtiva e do plano comum quadrangular, é uma peça de importância superior no contexto do Românico da região de Amarante. No exterior, as estreitas frestas contrastam com a elegância das arcadas cegas de volta perfeita, à maneira lombarda, que antecedem a cornija onde assenta o telhado, e que, aproxima às de Roriz, fazendo antever uma directa influência das oficinas românicas da região de Guimarães na zona de Amarante. No lado Sul, há vestígios de adossamento de um alpendre, com certeza posterior à edificação românica.
É, todavia, no interior que a capela-mor revela a sua real importância. O arco triunfal é de volta perfeita de duas arquivoltas, sendo a exterior envolvida por cercadura enxaquetada, um dos motivos mais frequentes do nosso Românico. A suportar esta composição encontram-se duas atarracadas colunas encimadas por capitéis de decoração vegetalista que, segundo, detêm inegável conteúdo alegórico, já que pretendem simbolizar o pão e o vinho, através do trigo e da videira. De acordo com o mesmo autor, esta representação directa da Eucaristia é a face visível de um "românico realista, libertado da sobrecarga que muitas vezes torna este estilo pouco decifrável".
Na transição para a Idade Moderna, a igreja foi profundamente alterada, senão arquitectonicamente, pelo menos ao nível dos elementos devocionais do seu interior. Grande parte das suas paredes foram cobertas por painéis de pintura mural, de que restam seis grandes conjuntos, que aguardam ainda um estudo monográfico que esclareça qual a sua importância no contexto da pintura mural nortenha das décadas finais da Idade Média. Em posição axial sobre o arco triunfal encontra-se a representação do Calvário, composição entendida como de influência bizantina (DGEMN, on-line), mas cuja posição estática e hierática das figuras é um valor comum na pintura mural da época. A ladear o arco triunfal, existem quatro painéis, compostos por outros tantos santos inseridos em nichos, como se de esculturas se tratassem. No interior da capela-mor, a parede fundeira é parcialmente ocupada por dois painéis, um com a representação de Santo António e outro com um passo da Paixão de Cristo (Cristo a caminho do Calvário), o que pressupõe que outros painéis tenham originalmente existido e que ilustrassem os derradeiros momentos da vida terrena do Salvador.
O corpo românico do templo foi substituído por outro durante a época moderna, mas, à excepção da galilé que antecede a igreja, a proporção medieval da nave dever-se-á ter mantido. No século XVII edificou-se o campanário, anexo à frontaria pelo lado Norte e composto por dois registos, sendo o inferior ocupado por arco de volta perfeita e o superior pelo campanário propriamente dito, de duas sineiras encimadas por cornija horizontal. No início da década de 50 do século XX a DGEMN procedeu a obras de restauro no monumento, reconstruindo-se, então, a parede Sul da nave e a fachada principal da galilé. Entre os trabalhos realizados, conta-se ainda a substituição de telhados e pavimentos. No cemitério anexo encontra-se o túmulo de Teixeira de Pascoaes, um dos amarantinos mais ilustres do século XX.
Freixo de Baixo é uma das mais antigas instituições religiosas do território de Amarante, estando documentada desde os finais do século XI. Em 1120, já aqui existia um mosteiro de cónegos de Santo Agostinho, cuja vitalidade, embora escassamente documentada, se presume ter sido regionalmente importante, a ponto de a comunidade figurar numa bula do Papa João XXII a D. Dinis.
O conjunto arquitectónico que chegou até nós data genericamente do século XIII, ainda que se não se conheçam pormenores a respeito da edificação. A igreja é um típico templo românico, de escassas dimensões, constituído por nave única e capela-mor rectangular. O portal principal é em arco de volta perfeita, de três arquivoltas, com elementos vegetalistas e animalistas, sendo o tímpano liso. No interior, o arco triunfal é igualmente a pleno centro, fazendo-se a cobertura em texto de madeira. Voltando ao exterior, o conjunto possui adro fronteiro murado e uma torre quadrangular do lado Sul, anexa à fachada principal, de dois andares, sendo o superior rasgado por pares de arcos sineiros de volta perfeita.
No final da Idade Média, algumas paredes do interior foram revestidas por pinturas murais, de que se conserva uma interessante composição alusiva à Adoração dos Reis Magos, mas, por essa altura, já a comunidade vivia um processo de decadência. Ao longo da Idade Moderna, as referências ao mosteiro são muito escassas, mas permitem vislumbrar um progressivo declínio, inclusive ao nível do edifício monacal. Abandonado depois de 1834, só mais de um século depois se procedeu ao restauro, que se arrastou também por quase duas décadas.
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