O Forte de São Francisco Xavier foi erigido junto à rochosa foz do rio Douro, sobre o penedo do Queijo, cuja toponímia acabaria por dar origem ao nome pelo qual a fortaleza é habitualmente conhecida, Castelo do Queijo.
Integrada no plano de defesa da costa marítima portuguesa, levado a cabo no período pós-Restauração, a construção da fortaleza foi inicialmente delineada em 1561 pelo engenheiro francês Lassart, responsável por "inspeccionar as fortificações existentes e projectar as que fossem necessárias" na zona norte do país. No entanto, "o escasso interesse estratégico" da zona do Queijo fez com que a edificação fosse adiada, iniciando-se somente cerca de 1661, segundo plano do engenheiro Miguel de L'École.
De planta trapezoidal "baseada num triângulo equilátero cujo vértice aponta ao mar", o forte possui panos muralhados rodeados por fosso, com canhoeiras e guaritas rematadas por cúpulas. O grande portal de acesso ao interior, com ponte, é encimado pelo escudo real, permitindo o acesso ao átrio da praça, onde se edificou a Casa do Governador e espaços de aquartelamento de um piso. Uma rampa, colocada numa das extremidades da praça, dá acesso à bateria.
A obra, dirigida pelo capitão Carvalhais Negreiros, foi edificada a expensas da edilidade local, que ficou também responsável pela sua manutenção futura, o que em muito desagradou aos vereadores da cidade do Porto. Estes acabariam por pedir ao rei D. João V, em 1717, que desactivasse as funções defensivas da fortaleza e extinguisse a sua companhia, por considerarem que o Castelo do Queijo era "inútil e supérfluo, que nenhuma utilidade é a dele, pois aquela costa por si se defende" (www.jf-nevogilde.pt). No entanto, e apesar dos argumentos apresentados, o monarca manteve a praça activa.
No início do século XIX, a estrutura da fortaleza era considerada obsoleta, não tendo tido qualquer papel de relevância na defesa da cidade durante as Invasões Francesas. Porém, durante o cerco do Porto, entre 1828 e 1834, as tropas miguelistas ocuparam o Castelo do Queijo, num período conturbado que em muito contribuiu para a destruição de parte da estrutura. Depois da derrota absolutista, o forte ficou votado ao abandono, chegando a ser saqueado pela população.
O Castelo do Queijo passou por diversas tutelas ao longo dos séculos XIX e XX, até que em 1978 foi entregue à Associação de Comandos. Com a estrutura primitiva restaurada, o Forte de São Francisco Xavier serve actualmente como espaço cultural e museológico, albergando um museu histórico-militar.
Texto: Catarina Oliveira - IPPAR
OUTROS LINKS:
O Forte de São Francisco Xavier é o monumento mais significativo de Nevogilde.
Não se sabe ao certo quando é que começou a ser erigido, havendo as datas de 1651 e 1662 a ele associadas. Foi D. João IV que ordenou sua construção, em 1643. O Forte tem a denominação popular de Castelo do Queijo, porque assenta numa pedra enorme de forma arredondada (em forma de queijo), local sagrado para os celtas, que aí realizavam o seu culto.
A existência do Forte ou Castelo do Queijo nunca foi pacifica. A sua construção justificava-se inicialmente pelo ficto de a Armada da Galiza constituir uma ameaça. Mas num Auto de 1651, mandado fazer por juizes e vereadores municipais do Porto, concluiu-se que aquele local não era o melhor para edificar um forte por não haver nessa paragem livre desembarcadouro, por ser pedraria e costa brava".
Com a reorganização das vigararias em Distritos no ano de 1916, Nevogilde continua incluída na vigararia do Porto. Com um novo e posterior arranjo e divisão da vigararia do Porto, ficou incluída na vigararia 5. Presentemente, desde Julho de 1979, Nevogilde pertence à, 1.° vigararia do Porto, com Aldoar, Amial, Cristo-Rei, Foz do Douro, Lordelo do Ouro, Ramalde, Senhora da Ajuda e Senhora do Porto.
Construído a expensas da cidade do Porto, nunca foi bem encarado pela edilidade, que tinha a seu cargo as despesas de manutenção. Numa carta datada de 1717, dirigida a D. João V, pode ler-se que o Forte ... é tão inútil c supérfluo, que nenhuma utilidade é a dele, pois aquela costa por si se defende . No entanto, em 1721, D. João V daria parecer desfavorável a essa missiva da Câmara do Porto.
A partir de 1751, o Castelo do Queijo passou a ter um capelão para assistir aos militares aí estacionados, já que o local nada tinha a ver com o que conhecemos hoje em dia:
- era isolado, longe de qualquer igreja onde os militares pudessem ir; para o fazerem tinham de realizar longas deslocações, deixando a fortificação ao abandono.
Em 1804, o Forte de São Francisco de Xavier foi considerado ultrapassado, pela sua antiguidade de quase 150 anos, não preenchendo os requisitos para enfrentar um conflito segundo as tácticas da época. Se durante as Invasões Francesas ele não teve qualquer papel, já durante a Revolução Liberal foi ocupado pelos miguelistas. E quando estes o abandonaram, o Castelo do Queijo foi inteiramente saqueado, não sendo poupadas portas, janelas e até mesmo algumas pedras dos seus muros.
Após o abandono a que foi votado desde então, beneficiou de algumas obras de reparações e melhoramentos em apenas 1839, sendo nessa altura nomeados quatro praças veteranos para afugentarem o contrabando e os ladrões que lá procuravam guarida.
Em 1846, durante a Guerra da Patuleia foi alvo de disparos de uma fragata que muitos estragos lhe causaram. A fortificação entrou mais uma vez num período negro e durante largos anos não teve quaisquer obras de beneficiação.
Em 1890, o Castelo do Queijo passou para a dependência da Guarda Fiscal. Curiosamente, na segunda metade deste século a seu lado seria construído o primeiro campo de aviação do Porto: dai descolaram os primeiros voos feitos sobre a cidade. Estava-se em 1912 quando, após nove voos, o então denominado Aeródromo do Queijo encerrou, voltando aquelas paragens à quietude habitual. Por volta de 1916, a Avenida da Boavista chegava aos terrenos desertos que o rodeavam, o que levou a Câmara do Porto a requerer a sua posse Feia quantia de 259.250$00, a edilidade adquiria os terrenos da esplanada da fortificação às autoridades militares.
Em 1934, foi classificada como Imóvel de Interesse Público.
Em 1938, a Comissão Municipal de Arte e Arqueologia propôs que o Forte se transformasse em museu, mas em 1942, depois de concluídas as obras de restauro, entrou em nova situação de abandono, tal como apontam os jornais da época.
Em 1943, em consequência da II Guerra Mundial, foram colocadas baterias antiaéreas nas imediações por se recear um ataque alemão. Entretanto, como forma de se produzir receitas para cobrir despesas feitas com um guarda, as portas do Castelo do Queijo foram franqueadas ao público, que pelo preço de 1$00 podia utilizá-lo como miradouro.
Por outro lado, a Junta de Freguesia de Nevogilde solicitou a cedência de algumas dependências para aí instalar a sua sede, o que lhe foi concedido em Abril de 1944.
A sua existência continuou a pautar-se pela discórdia: em 1945, a Junta de Freguesia recebeu ordem de despejo por parte da Direcção-Geral da Fazenda Pública, o que provocou a indignação da Câmara Municipal. Mas o certo é que em 1949 esta Junta ainda ocupava parte das suas dependências.
Nesse mesmo ano, o Forte despertou o interesse da Legião Portuguesa, que passou a ocupá-lo e nele realizou, em 1953, algumas reparações.
Ainda nos anos 50, o castelo serviu de pano de fundo à meta do circuito de Fórmula 1.
Após o 25 de Abril de 1974, o Castelo do Queijo regressou às mãos dos militares. Actualmente encontra-se sob tutela da Associação de Comandos e ai se realizam exposições temporárias para além de continuar a ser um miradouro de características excepcionais
. Castelo do Queijo - Foz d...
. Castelo do Queijo - Foz d...
. capela
. casa
. cultura
. desporto
. estatuas
. fc porto
. fotos
. futebol
. história
. historia
. humor
. igreja
. igrejas
. imagens
. matriz
. mpp
. musica
. noticias
. penafiel
. poemas
. porto
. portugal
. quinta
. românica
. ruas
. slides
. video
. videos
. capela
. casa
. cultura
. desporto
. estatuas
. fc porto
. fotos
. futebol
. história
. historia
. humor
. igreja
. igrejas
. imagens
. matriz
. mpp
. musica
. noticias
. penafiel
. poemas
. porto
. portugal
. quinta
. românica
. ruas
. slides
. video
. videos
. DESPORTO
. FC PORTO
. CULTURA
. GRANDES ESCRITORES PORTUGUESES
. MEDIA
. O Jogo
. TRADUÇÃO PARA INGLÊS