O Cruzeiro de Azurara constitui, na verdade, um (e o mais interessante) dentre os vários monumentos semelhantes que ainda hoje se podem apreciar na freguesia. Está implantado no vasto adro da Igreja Matriz de Azurara, rasgada por belo portal manuelino, certamente contemporâneo do cruzeiro.
Numa plataforma de quatro degraus quadrangulares, de aresta, assenta o conjunto da coluna, capitel, e remate em cruz. A coluna é cilíndrica e lisa, com ligeiro espessamento na base, e fuste elegante, elevando-se a boa altura. Junto do topo está um escudo de fundo redondo (escudo português), aparentemente em branco. Sobrepuja-o uma gola em ferro, a partir do qual o capitel ganha maior espessura, antecedendo o capitel. O capitel é composto por um bloco cúbico com faces ornadas por relevos heráldicos e simbólica diversa: assim, a face anterior exibe uma esfera armilar, a face posterior um escudo de armas concelhio, e as restantes uma vieira. Sobre este bloco assenta uma peanha lisa, encimada pela cruz. Esta é latina, de braços largos, sendo os três superiores rematados em flor-de-lis. Nas faces anterior e posterior ficam as imagens de Cristo e da Virgem, o primeiro em posição hierática, com a face voltada para a esquerda e os pés assentes na peanha, e a última de mãos postas. Ambas as imagens são de talhe algo ingénuo, bastante rígidas e inexpressivas, apesar de alguma atenção ao talhe dos panejamentos.
Entre os aspectos mais curiosos do cruzeiro, devemos citar a referência a Santiago de Compostela, expressa nas vieiras do capitel. A Igreja Matriz de Azurara foi mandada erguer por D . Manuel, em 1502, por ocasião da sua passagem pela vila em direcção a Santiago, pelo que a presença das vieiras se deve entender neste contexto. Cruzeiro e igreja terão sido, de resto, erguidos em conjunto, de acordo com a tipologia manuelina deste. Quanto à restante emblemática, merece destaque a esfera armilar, símbolo pessoal de D. Manuel, e testemunho do seu particular empenho na construção do templo. Sobre ele fica a figura de Cristo, assim apresentado como Rei do Mundo, enquanto a da Virgem encima a heráldica concelhia, recordando que é igualmente padroeira do templo, da invocação de Santa Maria.
Foto: Maria Inês Dias - 09/10/06
Dotado de inquestionável beleza paisagística e de abundantes e diversificados recursos cinegéticos, essenciais à sobrevivência e fixação do Homem, o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Santo Tirso possui inúmeros testemunhos da presença de comunidades humanas, desde a mais alta antiguidade.
De entre a multiplicidade de testemunhos edificados desta mesma existência, sobressai, sem dúvida, o "Mosteiro de Santo Tirso, Cerca e Cruzeiro Processional", localizado na própria povoação de Santo Tirso.
Embora já funcionasse na segunda metade do século VIII, por iniciativa de S. Frutuoso, Bispo de Dume e de Braga, ou muito antes, pela do bispo da diocese de Braga, S. Martinho de Dume (c. 518/525-579), o cenóbio - mais conhecido por "Mosteiro de S. Bento" - foi reconstruído já no século XIII, mercê do empenho de Martim Gil de Sousa, e de cuja campanha de obras remanesce apenas o claustro gótico, do tipo clunicense, do qual se destaca, ao nível térreo, a arcaria ogival que o percorre, apoiada em colunas geminadas com capitéis profusamente lavrados com motivos geométricos, antropomórficos, quiméricos, zoomórficos e vegetalistas.
Na verdade, o complexo que hoje observamos resulta de uma reedificação seiscentista concebida pelo arquitecto Frei João Turriano (filho de um arquitecto milanês, Leonardo Turriano), monge de S. Bento, engenheiro-mor do Reino e lente de Matemática na Universidade de Coimbra, autor de várias intervenções arquitectónicas realizadas noutros espaços religiosos.
Transpondo a entrada rasgada no alçado principal de frontão triangular com janelão tripartido e pináculos arredondados sobre as aresta e ladeado por duas torre sineiras terminadas em cúpula piramidal forrada a azulejo, acede-se à nave única coberta por ampla abóbada.
A par dos dois retábulos de talha setecentista, das imagens de madeira colocadas nos altares laterais, dos púlpitos da segunda metade do século XVIII e dos altares e capelas do transepto, destaca-se, no interior, a capela-mor com retábulo de talha de finais de seiscentos, ostentando imagens de S. Bento e de Sta. Escolástica, sendo iluminada por seis janelões sulcados na sua parede.
Quanto ao edifício do mosteiro, propriamente dito, ele apresenta frontaria inscrita no barroco bracarense, com brasão aposto no pórtico, albergando capela coberta por painéis azulejares seiscentistas, executados a azul e a amarelo, evocando a vida de Cristo, tendo o conjunto mocanal, incluindo a cerca e o cruzeiro processional, sido contemplado no primeiro documento nacional de classificação de estruturas antigas como "monumentos nacionais", datado de 1910, numa confirmação da sua importância histórica.
Foto: Maria Inês Dias - 09/10/06
Estrutura de planta quadrangular composta por uma fonte encimada por cruzeiro de alpendre aberto. Fonte de planta quadrada com cornija moldurada a toda a volta, abrindo-se lateralmente um vão de lintel recto, protegido por porta gradeada. Do lado oposto, virado para o exterior, pequeno nicho de arco de volta perfeita. Cruz de secção rectangular sobre plinto quadrangular encimado por base quadrada com moldura de ducina invertida, apresentando a imagem escultórica de Cristo na face voltada para a rua. Templete de planta quadrangular, com cobertura de abóbada abatida, estrelada e com rosetas no cruzamento das nervuras (bocetes), suportada por quatro pilastras molduradas, formando entre si vãos de arco deprimido. No exterior, cúpula em abóbada de barrete de clérigo e remate superior em pináculo cónico. Nicho de arco abatido, moldurado, encimado por pequena cruz lisa de secção quadrada. No interior imagem escultórica de Santo António protegida por uma porta metálica envidraçada.
A cerca de 500 metros do Mosteiro de Pombeiro de Ribavizela, no terreiro fronteiro ao cemitério, junto do caminho de acesso ao cenóbio, levanta-se este cruzeiro. É também conhecido como cruzeiro do Passal, designação dada aos terrenos de serventia das igrejas e casas paroquiais, como seria o caso deste local. O monumento funciona, de facto, como cruzeiro de adro do mosteiro. Ergue-se no centro de uma área empedrada, sobre soco de cinco degraus quadrangulares, de aresta, constando de base, coluna e remate com a cruz. A base é um bloco prismático de secção quadrangular, com molduras crescentes no topo e na zona inferior, sobre o qual assenta a coluna. Esta é cilíndrica e lisa, elevando-se a cerca de sete metros de altura, e rematada por pequena peça tronco-cilíndrica, encimada pela cruz, de quatro braços iguais, rematados por pequenos motivos vegetalistas.
O cruzeiro pode ter sido construído no século XVII, talvez mesmo durante a campanha de obras desenvolvida por Frei José de Santo António Vilaça, que chegou ao Mosteiro em 1770, e por cuja iniciativa foi renovado o interior da Igreja e construídos vários altares em talha.
Implantado junto ao Santuário do Bom Jesus de Barrosas, o cruzeiro com a mesma invocação constituía não apenas um sinal de fé, mas era também parte integrante das cerimónias religiosas que se realizavam no santuário, nomeadamente das procissões que envolviam o cruzeiro no seu percurso. Por exemplo, a romaria do Espírito Santo, realizada entre 24 e 27 de Maio foi uma das mais concorridas da região.
Ao contrário de muitos outros cruzeiros que se caracterizam pela depuração das suas linhas, o do Bom Jesus de Barrosas pauta-se por uma enorme carga decorativa e pelo grande valor escultórico de todos os seus elementos. Sobre um conjunto de quatro degraus, ergue-se o plinto de secção quadrada, em cujas faces são exibidas cartelas. Sobre uma delas, a data de 1724 indica, muito possivelmente, o ano da edificação do cruzeiro. A coluna, de fuste estriado, apresenta o terço inferior com motivos de pontas de diamante e é rematada por um capitel coríntio. Sobre este, uma esfera com decoração vegetalista e a cruz exibe, numa das faces, a imagem de Cristo crucificado.
Foto: Retratos e Recantos
Texto: (IPPAR)
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