A Casa da Praça de Azurara, situada nas imediações da Igreja da Misericórdia, terá sido edificada nos últimos anos do século XVII. Uma campanha de obras executada entre 1970 e 1980 alterou de forma profunda a fachada posterior da casa, bem com a estrutura interior, mantendo-se apenas o modelo original do frontispício.
De planta rectangular, que se desenvolve longitudinalmente, a casa divide-se em dois pisos. O primeiro registo da fachada possui duas janelas com grade de ferro, uma em cada extremidade, e duas portas de moldura almofadada. O registo superior é rasgado por oito janelas de sacada com varandim de ferro, ao centro das quais foi colocada a pedra de armas da família que mandou edificar o palacete.
Texto: Catarina Oliveira - GIF/IPPAR/ 21 de Setembro de 2006
No Norte do país e, mais precisamente, na cidade do Porto, o gosto neoclássico surge bastante cedo (último terço do século XVIII), por influência da comunidade inglesa aí estabelecida, o que explica a presença, pelo menos numa primeira fase, de uma via estética palladiana, tão significativa no contexto arquitectónico da própria Inglaterra. Neste âmbito, o projecto do Hospital de Santo António (ainda que apenas parcialmente construído) veio a revelar-se fundamental para o desenvolvimento da arquitectura civil portuense, estabelecendo uma nova linguagem que se opunha ao barroco de Nasoni, que até então caracterizava a cidade e toda a região. Ou seja, o Porto soube tirar partido da presença da colónia inglesa, fomentado um gosto que conferiu um pendor erudito à renovação arquitectónica da cidade neste período.
Contudo, a nova linguagem de origem britânica acabou por se estender à região circundante, sendo vários os exemplos patentes noutras cidades nortenhas. Entre estes, encontra-se a arcaria da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, um projecto concebido pelo arquitecto Reinaldo Oudinot, nos anos de 1790-91. Oudinot trabalhou no Porto (desenhou o Quartel de Santo Ovídio), cidade para onde foi chamado por Francisco de Almada e Mendonça, que terá sido também o responsável pela encomenda da Póvoa de Varzim.
Este edifício destaca-se pela arcaria em cantaria de junta fendida ou rusticada, e registo superior rasgado por janelas rectangulares no eixo dos arcos, numa composição que recorda o imóvel da Feitoria Inglesa, cuja construção teve início em 1785, sob projecto de John Whitehead.
Ambos os edifícios se inserem na já referida corrente neopalladiana, caracterizada por um desenho austero, onde a decoração é praticamente nula. Muito embora a leitura da platibanda recta que remata o imóvel seja interrompida, ao centro, por um imponente brasão com as armas reais. Num plano posterior, ergue-se a torre do relógio, de planta rectangular. Nesta medida, os azulejos (azuis e brancos) que revestem a zona superior da frontaria, envolvendo as janelas, são uma obra já do século XIX.
Distribuído entre a Rua de Santa Anastácia e a Capela de Nossa Senhora da Lapa, e perfazendo o lado Norte do "Passeio Alegre", o "Conjunto de imóveis na Rua do Passeio Alegre" destaca-se pela sucessão de moradias erguidas entre os séculos XIX e XX, em cujos alçados exteriores é possível observar o apuro dos mestres canteiros e o da aplicação de elementos férreos, perfeitamente enquadráveis na denominada "Arquitectura de Ferro" da época, como sucede no suporte de coberturas e alpendres de varandas.
A variedade revelada pela composição das fachadas em nada desmerece o efeito harmonioso que transmite, alcançado pela forma como a escala do local onde se ergueu o casario foi respeitada pelo risco dos respectivos autores, conferindo-lhes, por conseguinte, uma imagem de unidade estética.
O conjunto, assim obtido, revela a essência de uma parte da sociedade portuense em pleno processo de afirmação burguesa, ao mesmo tempo que o modo como se enquadrava nos modelos arquitectónicos prevalecentes noutros países. São disso bom exemplo as moradias de expressão revivalista romântica, bem presente, ademais, nos jardins correspondentes, ao lado de chalets construídos segundo a gramática construtiva e, sobretudo, decorativa da "Arte Nova".
Não obstante, houve, nalguns casos, a preocupação de aliar estas influências exógenas a tradições construtivas e decorativas tradicionais, como se verifica no modo como se rasgaram janelas emolduradas a granito, bem como no revestimento azulejar de algumas fachadas.
A arquitectura Arte Nova em Portugal pautou-se, na grande maioria dos casos, por manifestações como as que podemos observar neste prédio da Póvoa do Varzim. Sem a unidade conferida por um projecto global, a nova arte evidenciou-se, essencialmente, na superfície das fachadas, em painéis de azulejo cujos motivos eram desenvolvidos de forma natural e "orgânica". A mesma linguagem surgiu, também, nas grades de ferro forjado, que protegiam as varandas, ou ainda noutros elementos decorativos que, no seu todo, confluíam para emprestar aos prédios do final de novecentos e início do século XX uma modernidade aparente e um eclectismo que denunciava, em última análise, a encruzilhada da arte portuguesa de então.
É, pois, neste contexto, que o n.º 73 da Rua Tenente Valadim deve ser entendido. Trata-se de um edifício de dois andares, ambos abertos por dois vãos, mas beneficiando o primeiro piso de um tratamento superior. Este, é percorrido por uma grade de ferro, com motivos enrolados, que define a varanda, apoiada sobre mísulas com remates em flor. O edifício termina numa composição de linhas rectas, e em forma de trapézio, moldurado.
Assim, ganham especial relevância na animação deste alçado os painéis de azulejo, aplicados entre as janelas de sacada e no friso que se lhes sobrepõe. Ambos desenham motivos florais em tons de rosa e verde, sobre fundo amarelo, mas o segundo é interrompido, ao centro, pela figuração de um pavão, um dos animais preferidos pela linguagem Arte Nova.
Em todo o caso, o carácter Arte Nova deste edifício contrapõe-se a determinados pormenores, como o desenho dos elementos que flanqueiam as janelas superiores, cujo espírito rectilíneo se aproxima de um gosto Art Déco. Nesta medida, é possível que a edificação deste imóvel seja um pouco mais avançada, correspondendo, muito possivelmente, à segunda década do século XX.
A região do porto piscatório da Póvoa de Varzim é habitada desde os tempos pré-históricos, embora a sua incorporação no Império Romano tenha marcado o início da formação do centro urbano. O documento mais antigo que referencia Villa Eurazini data de 953, pertencendo ao cartulário da Colegiada de Guimarães. Durante a Idade Média, a povoação tornou-se um próspero porto de pesca, dividido em duas partes distintas. A norte o território pertencia à Ordem do Hospital, sendo ocupada por cavaleiros hospitalários, a sul as terras pertencia ao rei.
Em 1308 D. Dinis outorgou a "Varazim" a primeira carta de foral, doando as terras realengas aos rendeiros da zona norte da povoação, com a condição de os novos habitantes aí fundarem uma póvoa, constituindo um concelho. Poucos anos depois, em 1312, o monarca doou a póvoa a Afonso Saches, seu filho bastardo, que a incorporou nos bens do Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde.
Foi pois no início do século XIV que se constituiu o concelho da Póvoa de Varzim, datando possivelmente do século XV a edificação do primitivo edifício dos Paços do Concelho, embora pouco reste da estrutura deste. O edifício quatrocentista da Póvoa de Varzim assentava sobre uma estrutura de arcadas, que constituíam o piso térreo, encimada pelas duas janelas do pisos superior, entre as quais estava colocado o brasão de armas da vila. Este modelo apresenta semelhanças com alguns edifícios camarários edificados nos séculos XV e XVI no norte do País, nomeadamente com os antigos Paços Municipais de Viana do Castelo.
No entanto, e porque nas últimas décadas do século XVIII a casa camarária da Póvoa de Varzim apresentava sinais de ruína, a edilidade determinou em 1791 que fosse construído um novo edifício para albergar os Paços do Concelho.
No início do século XX os antigos Paços do Concelho foram comprados por um particular, que executou obras de recuperação no edifício, transformando-o em residência privada. O edifício apresenta actualmente uma estrutura de planimetria rectangular, que se divide em dois pisos, muito diferente da original. A fachada principal apresenta no piso térreo três portas, de moldura em arco abatido, e no registo superior três janelas quadrangulares.
Pode referir-se que esta reestruturação retirou ao edifício o elemento mais interessante da sua edificação primitiva, a estrutura de arcada quatrocentista, que se inspirava em modelos oriundos do Norte da Europa.
O primeiro Plano de Urbanização da então Vila de Matosinhos, previa a ocupação do Areal do Prado com uma malha ortogonal regular composta por quarteirões rectangulares e é num destes quarteirões do Plano que iria surgir o edifício da Real Companhia Vinícola, grandes armazéns de vinho que foram mandados construir, em 1897, por Menéres & Cª. Este excelente edifício fabril foi precisamente a primeira unidade industrial a ocupar aquela zona, constituindo-se em foco de atracção para as futuras unidades industriais. Deste modo se explica, também, que a artéria então aberta e que servia a fábrica tenha sido baptizada como Avenida Menéres topónimo que ainda hoje possui.
Durante anos ponto de referência absoluto na paisagem e na vida dos matosinhenses, a "Real Vinícola" é o conjunto industrial cujos limites de implantação correspondem aproximadamente à malha estipulada pelo Plano original da ocupação do areal, de autoria de Lícinio Guimarães. De facto, a partir daí ele vai sofrer algumas alterações, diferindo do modelo projectado.
Por ter sido a primeira instalação industrial implantada na área, a "Real Companhia Vinícola", construída entre 1897 e 1901, apresenta um processo construtivo bastante diferenciado das contíguas construções industriais posteriores, caracterizadas pela utilização do betão e asnas metálicas.
Construídos em alvenaria de pedra, com cobertura de telha, assente em asnas de madeira e pilares de ferro forjado no corpo principal, os edifícios da Real Companhia Vinícola dispõem-se no perímetro do quarteirão, deixando no interior um enorme pátio, onde a linha férrea tinha o seu términus e onde se dispunham os dois armazéns/depósito ainda existentes.
Revelando soluções fortemente inspiradas nos modelos ingleses das primeiras explorações agrícolas industrializadas, com um acentuado contraste entre o exterior e o interior, na "Real Vinícola" "os grandes telhados cobertos em telha, apoiados em pilares e travejamento de madeira, as altas paredes em pedra, a clara distinção entre os corpos a que correspondiam diferentes funções, tudo sugere uma granja. Só que aqui, celeiros, adegas, lagares, etc. estão concentrados, criando um volume compacto que não unitário".
Estas instalações, contudo, não eram fábricas no sentido estrito do termo. De facto, funcionavam mais como armazéns onde se procedia à análise química laboratorial, à rotulagem, embalagem e expedição de um produto natural que, afinal, não ali totalmente transformado. Importa, contudo, salientar que o edifício possui uma das primeiras estruturas fabris a vapor da região: uma tanoaria a vapor.
Extinta a sociedade Menéres &Cª, em 1905, as suas marcas de vinho do Porto, espumosos e de mesa continuaram a ser comercializadas pela "Companhia Vinícola Portugueza" que possuía sede no Porto.
Não há notícias que o edifício original tenha sofrido grandes alterações, registando-se apenas uma ligeira ampliação ainda em 1903, através da qual é implantado um pequeno torreão num dos extremos da fachada voltada para a Avenida Menéres, e obras de decoração na fachada em 1929.
Não obstante o seu encerramento, nos anos 30, a "Real Vinícola" continuou a manter, embora de forma indirecta, uma ligação estreita à história da evolução urbana da cidade. É que a construção das docas do porto de Leixões, implicando o desaparecimento de todas as edificações junto às margens em Matosinhos e Leça da Palmeira, fez com que uma grande parte da população ribeirinha até então aí residente se visse privada das suas habitações. Neste contexto a "Real Vinícola" funcionou, durante vários anos, como refúgio/albergue desses desalojados. Curiosamente, várias décadas depois, na sequência da descolonização, voltaria a desempenhar as mesmas funções em relação a retornados das ex-colónias portuguesas em África.
Hoje, o edifício ou, mais precisamente, o conjunto de edifícios da Real Companhia Vinícola apresenta-se abandonado e desocupado.
A Biblioteca Pública Municipal de V. N. de Gaia foi criada em 1933, a partir de um pequeno núcleo de livros, património de uma "Biblioteca Popular".
Ocupou diversas instalações, até que em 1977 ficou concluído o edifício mandado construir pela Câmara Municipal, que a viria a albergar passados dois anos, dando-se início a uma nova etapa na vida da Biblioteca, que viria a fazer dela um verdadeiro pólo de dinamização cultural do concelho.
Assim, a partir de 1979 a Biblioteca passou a funcionar num edifício construído de raíz exclusivamente para esse efeito o que, de uma forma primária e corajosa contrariou a tendência absurda de "aproveitar" conventos e casas senhoriais para nelas instalar bibliotecas ou museus.
A tendência verificada nos últimos anos de uma crescente afluência de leitores, a saturação de alguns dos seus serviços e a necessidade de diversificar os suportes de informação para além dos livros, estendendo-os à documentação audiovisual e multimédia, foram razões mais que suficientes para que surgisse a necessidade de ampliação e remodelação das instalações da Biblioteca.
Em 1987 a Autarquia avança com a 1ª fase do projecto de ampliação, projecto que viria a ser comparticipado mais recentemente pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, permitindo a conclusão da obra.
É esta Biblioteca remodelada e ampliada, dispondo de uma maior gama de serviços, que reabre ao público em 05/11/1997.
SERVIÇOS
Serviços disponiblizados nas instalações da Biblioteca :
Livre acesso às estantes para consulta local de documentos e empréstimo domiciliário.
Referência e informação para orientação dos utilizadores na Biblioteca e apoio nas pesquisas bibliográficas.
PLI - Posto Local Informático
Serviço que se destina à execução de trabalhos escritos em computador.
Fotocópias em regime de auto-serviço.
Informação à comunidade, disponibilizando documentação sobre temas da actualidade e aspectos de interesse para a comunidade local.
Acesso às novas tecnologias de informação, com a disponibilização de PC's , de informação em disquetes, CDrom's e pesquisa na Internet.
Actividades de extensão cultural, assentes fundamentalmente em projectos que tenham por base a aquisição de hábitos de leitura e o prazer de ler, como exposições, encontros com autores, conferências, debates, etc.
Cooperação com as Escolas, através de visitas guiadas à Biblioteca, apoio às Bibliotecas Escolares e participação em actividades de animação.
ESPAÇOS
Átrio
Aqui poderá o utilizador obter todas as informações úteis sobre a Biblioteca e o seu funcionamento, fazer a sua inscrição como leitor, levantar e devolver as obras destinadas a empréstimo domiciliário, informar-se sobre todas as actividades culturais desenvolvidas pela Autarquia em geral e pela Biblioteca em particular, encontrar pequenas exposições/painéis ilustrativos de acontecimentos e temas que funcionarão como propostas ou sugestões para os utilizadores da Biblioteca
Livraria
Aqui poderá adquirir as publicações editadas pela Câmara Municipal e Departamentos dela dependentes, bem como as obras dos autores locais.
Sala de Exposições
Para além das exposições, aqui poderão ocorrer também outras actividades de animação cultural, como concertos, debates e reuniões de interesse para a comunidade.
Secção de Periódicos
Aqui podem ser consultados jornais diários, semanários e revistas de divulgação geral.
Bar
Destina-se a funcionários e utilizadores da Biblioteca, servindo de espaço para uma pausa da leitura, tomar um café ou beber um refresco.
Fundo Local e Regional | Sala Armando de Matos Homenageando o primeiro Director da Biblioteca, ilustre estudioso de temas de genealogia, espeologia e etnografia, recebeu esta sala o seu nome.
Aqui encontra-se reunida boa parte de documentação que respeita a Gaia e à sua região, não só a ligada a um património cultural e natural, mas igualmente a que de alguma forma reflecte o quotidiano desta comunidade. Encontra-se também nesta sala uma variada colecção de monografias regionais que quase cobre todo o território nacional e nela se sirva igualmente um espaço exclusivamente destinado a autores locais. Dispõe ainda de dois gabinetes para trabalhar em grupo, com possibilidade de utilização de PC's e de um serviço de informação à comunidade que recolhe e difunde um conjunto de informações relacionadas com assuntos de interesse geral para os cidadãos.
Sala de Leitura
Dispõe de uma variada colecção de livros organizados por assunto devidamente identificados, podendo ser consultados dicionários, enciclopédias e outras obras de referência.
Sala de Audiovisuais e Documentação Multimédia
Este espaço destina-se à audição de música e visionamento individual de videos e CDrom's. Dispõe de terminais de computadores com acesso à Internet e como documentação de apoio tem à disposição dos utilizadores um conjunto de obras de referência e publicações periódicas sobre espectáculos, música e cinema.
Auditório
Espaço multidisciplinar que permite a realização de diversas actividades nas mais variadas vertentes, desde o simples debate à videoconferência
Espaço Crianças
Este espaço pretende recriar ambientes ligados ao imaginário infantil. É constituído por uma sala de leitura e empréstimo, por "ateliers" de linguagem expressivas e por um pequeno sector de audiovisuais.
Fundo Documental
A Biblioteca tem à disposição dos utilizadores mais de 100.000 livros, documentos audiovisuais e publicações periódicas, que cobrem todas as áreas de conhecimento. Dispõe ainda de alguns documentos manuscritos e de uma importante colecção de Livro Antigo (séc. XVI-XIX).
O fenómeno da Arte Nova no nosso país esteve longe de conhecer a importância e desenvolvimento que ocorreu nos restantes países europeus, nomeadamente, em França, na Bélgica, ou na Áustria. Na realidade, a perspectiva actual da História da Arte tende a concordar que este movimento não passou, "(...) entre nós, de um mero episódio sem coerência nem continuidade, muito embora traga consigo o germe de uma nova linguagem".
Nesta medida, se em algumas localidades podemos encontrar vários exemplos desta nova expressão, a Arte Nova, em Portugal, tende a manifestar-se, sobretudo, na decoração das fachadas em azulejo, embora apresente características próprias ao nível da arquitectura .
A Casa Barbot, em Vila Nova de Gaia, reflecte precisamente, este carácter efémero e, de alguma forma, isolado, das manifestações Arte Nova, pois é o único exemplo da cidade. Desconhecemos as razões que terão levado os seus proprietários a adoptar esta nova linguagem para a sua casa de habitação, edificada na segunda década do século XX. Certo é que o seu impacto na malha urbana da cidade não passaria despercebido. De facto, a configuração da Casa Barbot denota, talvez, um entendimento da Arte Nova que ultrapassa o plano decorativo, para se estender a um nível de cariz mais estrutural, destacando-se no seio da Avenida da República pelo carácter quase orgânico dos seus volumes, desenvolvidos em planos diferenciados.
Contudo, não podemos deixar de salientar o significativo ecletismo de todo o imóvel, bem presente nas formas de inspiração árabe (cobertura), nos azulejos de inspiração neoclássica, ou ainda nos elementos de gosto oriental. O que, em última análise, permite aproximar este edifício de um gosto francês de finais do século XIX.
A fachada virada para a Avenida apresenta duas varandas sobrepostas, de composição conjunta. No ângulo, encontra-se um uma outra varanda em consola, de planta circular, com uma espécie de baldaquino em forma de bolbo, que corresponde, no piso térreo, a um duplo arco. A outra fachada destaca-se pelo terraço superior, com cobertura hexagonal ao centro, cujo desenho se reflecte no piso inferior, e escadaria exterior de acesso ao portal, protegido por cobertura de ferro. Esta cobertura em mansarda com óculos denota, uma vez mais, a influência francesa da segunda metade do século XIX, nomeadamente do Estilo Imperial de Napoleão III (c. 1852-1870).
Trabalharam neste imóvel artistas como o escultor Alves de Sousa, ou o pintor Veloso Salgado, este último responsável pela composição das salas do interior.
Por sua vez, também os jardins se revestem de especial importância, desenvolvendo-se em consonância com a casa, com a qual forma um todo.
A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia adquiriu, recentemente, o imóvel, com o objectivo de o recuperar para aí instalar alguns serviços camarários.
Este edifício que constitui um exemplar notável de arquitectura comercial Arte Nova apresenta também algumas referências à Arquitectura do Ferro e Rocaille, principalmente nas formas concheadas e onduladas como volutas e grinaldas. Apresenta afinidades com a Casa Vicent e a Ourivesaria Oliveira & Filhos, localizadas na mesma rua e todas elas mandadas construir pela Companhia Aliança.
A fachada principal orientada a Norte, que confronta com a Rua 31 de Janeiro, apresenta uma "devanture", superfície trabalhada em ferro fundido e lioz nacional, com aplicações em bronze dourado e latão polido. Nesta "devanture" está inserida a porta de acesso aos andares superiores do edifício, decorada com elementos escultóricos executados em pedra lioz. Na zona da fachada principal que corresponde à Ourivesaria podemos ver uma porta, ladeada por duas vitrines recortadas na parte superior e onduladas na inferior. O vão está executado em ferro decorado com frisos delicados e grinaldas. A entrada da loja é coroada por um entablamento interrompido por volutas entre as quais se inscreve a escultura de José de Oliveira Ferreira, intitulada "Grupo de Amores". O espaço interior da ourivesaria é constituído por dois salões separados por um arco abatido apoiado em duas colunas, contendo o primeiro vitrines Arte Nova executadas em madeira encerada. No segundo existe uma escada em caracol de acesso à cave e, é onde se encontra o mobiliário mais antigo pertencente à primitiva loja na Rua do Loureiro. No interior as paredes são forradas a papel, os tectos em estuque trabalhado e pintado e o pavimento é executado em soalho de madeira.
Fonte: IPPAR
Em pleno centro histórico da cidade e considerado como um dos mais prestigiados restaurantes do Porto, o Restaurante Comercial foi fundado em 1894 pelo mestre de cozinha espanhol Manuel Recarey Antelo.
Situado desde 1907 no piso térreo de um belíssimo edifício de alvores de 1900, possui como característica estética dominante uma harmoniosa articulação entre as linguagens Neoclássica e Arte Nova.
Na fachada principal, virada a Norte, há a destacar um corpo, ligeiramente avançado, modulado em vidro e ferro forjado. A porta de vai-vem que dá acesso ao interior, possui moldura em carvalho americano, material que também contorna as formas classicizantes da montra. No espaço interior, onde está bem marcada a apetência Art Nouveau, mantêm-se as características originais, patentes nos lambrins em carvalho americano e na boiserie, típicos deste estilo. As paredes possuem apontamentos decorativos em estuque, sendo percorridas por espelhos de avultadas dimensões. Outros elementos, como os candeeiros em ferro forjado, seguem o mesmo figurino estético, apesar de não corresponderem aos originais colocados quando da construção do edifício, uma vez que são provenientes da casa de modas portuense Mattos & Serpa Pinto.
Em finais da década de sessenta, o restaurante é transformado em pastelaria e casa de chá, sendo que em 1982 é alvo de um processo de remodelação da autoria do Arquitecto António Menéres, com o objectivo de preservar as características intrínsecas do edifício, sendo ainda devolvida ao restaurante a sua função original.
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