Sexta-feira, 12 de Outubro de 2007

Castelo do Queijo - Porto

O Forte de São Francisco Xavier é o monumento mais significativo de Nevogilde.

Não se sabe ao certo quando é que começou a ser erigido, havendo as datas de 1651 e 1662 a ele associadas. Foi D. João IV que ordenou sua construção, em 1643. O Forte tem a denomi­nação popular de Castelo do Queijo, porque assenta numa pedra enorme de forma arredon­dada (em forma de queijo), local sagrado para os celtas, que aí realizavam o seu culto.

A existência do Forte ou Cas­telo do Queijo nunca foi paci­fica. A sua construção justificava-se inicialmente pelo ficto de a Armada da Galiza constituir uma ameaça. Mas num Auto de 1651, mandado fazer por juizes e vereadores munici­pais do Porto, concluiu-se que aquele local não era o melhor para edificar um forte por não haver nessa paragem livre desembarcadouro, por ser pedraria e costa brava".

Imagem:Porto - Castelo do Queijo1578.JPG

 

Com a reorganização das vigararias em Distritos no ano de 1916, Nevogilde continua incluída na vigararia do Porto. Com um novo e posterior arranjo e divisão da vigararia do Porto, ficou incluída na vigararia 5. Presentemente, desde Julho de 1979, Nevogilde pertence à, 1.° vigararia do Porto, com Aldoar, Amial, Cristo-Rei, Foz do Douro, Lordelo do Ouro, Ramalde, Senhora da Ajuda e Senhora do Porto.

Construído a expensas da cidade do Porto, nunca foi bem encarado pela edilidade, que tinha a seu cargo as despesas de manutenção. Numa carta datada de 1717, dirigida a D. João V, pode ler-se que o Forte ... é tão inútil c supér­fluo, que nenhuma utilidade é a dele, pois aquela costa por si se defende . No entanto, em 1721, D. João V daria pare­cer desfavorável a essa missiva da Câmara do Porto.

A partir de 1751, o Castelo do Queijo passou a ter um capelão para assistir aos militares aí estacionados, já que o local nada tinha a ver com o que conhecemos hoje em dia:
- era isolado, longe de qualquer igreja onde os militares pudessem ir; para o fazerem tinham de realizar longas deslocações, deixando a fortificação ao abandono.

Em 1804, o Forte de São Francisco de Xavier foi considerado ultrapassado, pela sua antiguidade de quase 150 anos, não preenchendo os requisitos para enfrentar um conflito segundo as tácticas da época. Se durante as Invasões Fran­cesas ele não teve qualquer papel, já durante a Revolução Liberal foi ocupado pelos miguelistas. E quando estes o aban­donaram, o Castelo do Queijo foi inteiramente saqueado, não sendo poupadas portas, janelas e até mesmo algumas pedras dos seus muros.

Após o abandono a que foi votado desde então, benefi­ciou de algumas obras de reparações e melhoramentos em apenas 1839, sendo nessa altura nomeados quatro praças veteranos para afugentarem o contrabando e os ladrões que lá procuravam guarida.

Em 1846, durante a Guerra da Patuleia foi alvo de dispa­ros de uma fragata que muitos estragos lhe causaram. A fortificação entrou mais uma vez num período negro e durante largos anos não teve quaisquer obras de beneficiação.

Imagem:Porto - Castelo do Queijo1580.JPG

 

Em 1890, o Castelo do Queijo passou para a dependência da Guarda Fiscal. Curiosamente, na segunda metade deste século a seu lado seria construído o primeiro campo de aviação do Porto: dai descolaram os primeiros voos feitos sobre a cidade. Estava-se em 1912 quando, após nove voos, o então denominado Aeródromo do Queijo encerrou, vol­tando aquelas paragens à quietude habitual. Por volta de 1916, a Avenida da Boavista chegava aos terrenos desertos que o rodeavam, o que levou a Câmara do Porto a requerer a sua posse Feia quantia de 259.250$00, a edilidade adqui­ria os terrenos da esplanada da fortificação às autoridades militares.

Em 1934, foi classificada como Imóvel de Interesse Público.

Em 1938, a Comissão Municipal de Arte e Arqueologia propôs que o Forte se transformasse em museu, mas em 1942, depois de concluídas as obras de restauro, entrou em nova situação de abandono, tal como apontam os jornais da época.

Em 1943, em consequência da II Guerra Mundial, foram colocadas baterias antiaéreas nas imediações por se recear um ataque alemão. Entretanto, como forma de se produzir receitas para cobrir despesas feitas com um guarda, as por­tas do Castelo do Queijo foram franqueadas ao público, que pelo preço de 1$00 podia utilizá-lo como miradouro.

Por outro lado, a Junta de Freguesia de Nevogilde solicitou a cedência de algumas dependências para aí instalar a sua sede, o que lhe foi concedido em Abril de 1944.

A sua existência continuou a pautar-se pela discórdia: em 1945, a Junta de Freguesia recebeu ordem de despejo por parte da Direcção-Geral da Fazenda Pública, o que provocou a indignação da Câmara Municipal. Mas o certo é que em 1949 esta Junta ainda ocupava parte das suas dependências.

Nesse mesmo ano, o Forte despertou o interesse da Legião Portuguesa, que passou a ocupá-lo e nele realizou, em 1953, algumas reparações.

Ainda nos anos 50, o castelo serviu de pano de fundo à meta do circuito de Fórmula 1.

Após o 25 de Abril de 1974, o Castelo do Queijo regressou às mãos dos militares. Actualmente encontra-se sob tutela da Associação de Comandos e ai se realizam exposi­ções temporárias para além de continuar a ser um miradou­ro de características excepcionais Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket


publicado por MJFSANTOS às 14:22
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Quinta-feira, 13 de Setembro de 2007

Foz do Douro - Porto

Foz do Douro é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 3,00 km² de área e 12 235 habitantes (2001). Densidade: 4 078,3 hab/km². No entanto, é conhecida por apenas Foz toda a zona do Porto Ocidental, que inclui as freguesias da Foz do Douro e Nevogilde, e ainda partes pequenas de Lordelo do Ouro, Aldoar e até Ramalde.

Foi vila e sede de concelho, com uma única freguesia, por três anos, até 1836. Tinha, em 1801, 2 429 habitantes.

A Foz do Douro é uma zona marcadamente interclassista, sendo, no entanto, conhecida por ser uma zona habitada pela classe alta da cidade. O seu passeio marítimo, salpicado de esplanadas, bares e jardins à beira-mar fazem desta zona, uma da mais procuradas dentro do Porto.

No seu património, realce para as primeiras manifestações em Portugal da arquitectura da Renascença, com a capela-farol de S. Miguel-o-Anjo, na Cantareira, e o palácio e Igreja, intra-muros do Forte de São João Baptista da Foz, obras mandadas construir pelo Bispo D. Miguel da Silva, em 1527, com a participação do arquitecto-escultor Francisco de Cremona. A Igreja Matriz e o citado forte (ambos do século XVII) são também de assinalar. Entre as encostas do Monte da Luz e a do Monte, descendo até à Cantareira, existe um aglomerado urbano rico que, em importância, segue logo o do centro histórico da cidade.

Raúl Brandão nasceu aqui. Aqui viveram ou vivem a escultora Irene Vilar e os escritores António Rebordão Navarro, Vasco Graça Moura, Eugénio de Andrade e Antero de Figueiredo, entre muitas outras personalidades da nossa cultura. Sobre a Foz, muitas páginas foram escritas por, para além dos citados, Agustina Bessa Luís, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, e outros, assim como vários artistas utilizaram os seus motivos para obras de arte: Vieira da Silva, Alvarez, António Carneiro, Armando Alves, etc.


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