Distribuído entre a Rua de Santa Anastácia e a Capela de Nossa Senhora da Lapa, e perfazendo o lado Norte do "Passeio Alegre", o "Conjunto de imóveis na Rua do Passeio Alegre" destaca-se pela sucessão de moradias erguidas entre os séculos XIX e XX, em cujos alçados exteriores é possível observar o apuro dos mestres canteiros e o da aplicação de elementos férreos, perfeitamente enquadráveis na denominada "Arquitectura de Ferro" da época, como sucede no suporte de coberturas e alpendres de varandas.
A variedade revelada pela composição das fachadas em nada desmerece o efeito harmonioso que transmite, alcançado pela forma como a escala do local onde se ergueu o casario foi respeitada pelo risco dos respectivos autores, conferindo-lhes, por conseguinte, uma imagem de unidade estética.
O conjunto, assim obtido, revela a essência de uma parte da sociedade portuense em pleno processo de afirmação burguesa, ao mesmo tempo que o modo como se enquadrava nos modelos arquitectónicos prevalecentes noutros países. São disso bom exemplo as moradias de expressão revivalista romântica, bem presente, ademais, nos jardins correspondentes, ao lado de chalets construídos segundo a gramática construtiva e, sobretudo, decorativa da "Arte Nova".
Não obstante, houve, nalguns casos, a preocupação de aliar estas influências exógenas a tradições construtivas e decorativas tradicionais, como se verifica no modo como se rasgaram janelas emolduradas a granito, bem como no revestimento azulejar de algumas fachadas.
O Forte de São Francisco Xavier foi erigido junto à rochosa foz do rio Douro, sobre o penedo do Queijo, cuja toponímia acabaria por dar origem ao nome pelo qual a fortaleza é habitualmente conhecida, Castelo do Queijo.
Integrada no plano de defesa da costa marítima portuguesa, levado a cabo no período pós-Restauração, a construção da fortaleza foi inicialmente delineada em 1561 pelo engenheiro francês Lassart, responsável por "inspeccionar as fortificações existentes e projectar as que fossem necessárias" na zona norte do país. No entanto, "o escasso interesse estratégico" da zona do Queijo fez com que a edificação fosse adiada, iniciando-se somente cerca de 1661, segundo plano do engenheiro Miguel de L'École.
De planta trapezoidal "baseada num triângulo equilátero cujo vértice aponta ao mar", o forte possui panos muralhados rodeados por fosso, com canhoeiras e guaritas rematadas por cúpulas. O grande portal de acesso ao interior, com ponte, é encimado pelo escudo real, permitindo o acesso ao átrio da praça, onde se edificou a Casa do Governador e espaços de aquartelamento de um piso. Uma rampa, colocada numa das extremidades da praça, dá acesso à bateria.
A obra, dirigida pelo capitão Carvalhais Negreiros, foi edificada a expensas da edilidade local, que ficou também responsável pela sua manutenção futura, o que em muito desagradou aos vereadores da cidade do Porto. Estes acabariam por pedir ao rei D. João V, em 1717, que desactivasse as funções defensivas da fortaleza e extinguisse a sua companhia, por considerarem que o Castelo do Queijo era "inútil e supérfluo, que nenhuma utilidade é a dele, pois aquela costa por si se defende" (www.jf-nevogilde.pt). No entanto, e apesar dos argumentos apresentados, o monarca manteve a praça activa.
No início do século XIX, a estrutura da fortaleza era considerada obsoleta, não tendo tido qualquer papel de relevância na defesa da cidade durante as Invasões Francesas. Porém, durante o cerco do Porto, entre 1828 e 1834, as tropas miguelistas ocuparam o Castelo do Queijo, num período conturbado que em muito contribuiu para a destruição de parte da estrutura. Depois da derrota absolutista, o forte ficou votado ao abandono, chegando a ser saqueado pela população.
O Castelo do Queijo passou por diversas tutelas ao longo dos séculos XIX e XX, até que em 1978 foi entregue à Associação de Comandos. Com a estrutura primitiva restaurada, o Forte de São Francisco Xavier serve actualmente como espaço cultural e museológico, albergando um museu histórico-militar.
Texto: Catarina Oliveira - IPPAR
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O Forte de São João Baptista da Foz, também conhecido como Castelo de São João da Foz, localiza-se na freguesia de Foz do Douro, no concelho e Distrito do Porto, em Portugal.
Ergue-se em posição dominante na barra do rio Douro, guarnecendo o acesso fluvial à cidade do Porto.
Iniciado durante o reinado de D. Sebastião (1557-1578), em 1570, sob a supervisão de João Gomes da Silva, diplomata e homem de confiança da Corte, constituía-se em uma simples estrutura abaluartada, envolvendo o hospício (mosteiro) e a igreja dos beneditinos de Santo Tirso (Igreja Velha) antigas estruturas medievais.
O bispo de Viseu, D. Miguel da Silva edificou neste local uma igreja e paço abacial anexo, para os quais recorreu aos projectos do arquitecto Francesco de Cremona recrutado em Itália; conjuntamente com o Farol de São Miguel-o-Anjo (concluído em 1527), que dista do local poucas centenas de metros, resultaram da sua acção mecenática e constituiram a primeira manifestação de arquitectura renascentista no Norte de Portugal (a capela-mor e nave da igreja, com o envolvimento da estrutura abaluartada e o desmonte da cobertura, funcionaram como praça de armas do forte).
Com a Guerra da Restauração da independência impôs-se a remodelação da fortificação. Receando uma invasão espanhola pela fronteira norte do reino, o rei D. João IV (1640-56), em 1642 despachou para a cidade do Porto o novo Engenheiro-mór do Reino, o francês Charles de Lassart. Este teve oportunidade de constatar, in loco, a ineficácia da estrutura seiscentista diante dos meios ofensivos setecentistas, e elaborou-lhe um novo projeto que a ampliava e reforçava. As obras ficaram a cargo do jesuíta João Turriano. Entretanto, problemas suscitados pela fonte dos recursos junto à Câmara Municipal do Porto e problemas pessoais do Tenente-governador da fortificação Pinto de Matos (1643-1645) atrasaram sensívelmente o início das obras.
Com a nomeação de Martim Gonçalves da Câmara, como substituto de Pinto de Matos (Maio de 1646), as obras foram finalmente iniciadas, com a demolição da Igreja Velha no mesmo ano. Tornadas prioritárias diante a invasão do Minho por tropas espanholas, encontravam-se concluídas em 1653. Dois anos mais tarde, era considerada a segunda do Reino, logo após a de São Julião, e a chave dela [cidade do Porto] com a qual não só se [a] assegurava mas toda a Província do Entre-Douro e Minho e a da Beira. Ao final do século XVII, em 1684 estava guarnecida por 22 artilheiros, congregando seis regimentos de Cavalaria e dezoito de Infantaria.
No início do século XIX durante a Guerra Peninsular, a 6 de Junho de 1808, o Sargento-mor Raimundo José Pinheiro ocupou as suas instalações, e, na madrugada seguinte, fez hastear no seu mastro a bandeira das Quinas, primeiro ato de reação portuguesa contra a ocupação napoleônica. A fortificação estaria envolvida poucos anos mais tarde nas Revoltas liberais, tendo protegido, durante o cerco do Porto (1832-1833), o desembarque de suprimentos para a cidade.
Diante da evolução das embarcações e da artilharia, progressivamente perdeu a função defensiva, sendo utilizada como prisão para presos políticos. Entre os nomes ilustres que estiveram detidos nos seus cárceres, relancionam-se os de José de Seabra da Silva (à época do Marquês de Pombal) e os liberais José de Passos Manuel e Duque de Terceira.
No século XX foi residência da poetisa Florbela Espanca, esposa de um dos oficiais da guarnição. Recentemente, na primeira metade da década de 1990, o monumento sofreu intervenção arqueológica sob a responsabilidade do Gabinete de Arqueologia Urbana da Divisão de Museus e Patrimônio Histórico e Artístico da Câmara Municipal do Porto. Atualmente sedia o Instituto da Defesa Nacional.
No século XVII, o projecto de Lassart, embora modificando a orgânica da estrutura, não tocava no essencial da defesa quinhentista. A antiga igreja, inserida na área militar, foi demolida, desaparecendo a parte central da fachada, sendo abertas as torres, removidas as lajes das campas no seu pavimento (reaproveitadas na alvenaria) e apeada a abóbada (a primeira em estilo renascentista do país). Agora a céu aberto, passou a servir como praça de armas, enquanto os seus anexos foram soterrados para consolidar o terrapleno do baluarte leste. Os nichos dos altares laterais foram entaipados por muros de alvenaria de pedra.
A partir da realidade imposta pela irregularidade do terreno e pela fortificação preexistente, a planta da nova estrutura apresenta o formato de um quadrilátero retangular orgânico com três baluartes e um meio baluarte, concentrando o fogo da artilharia pelo lado de terra, dadas as dificuldades naturais de transposição da barra do rio Douro. O único baluarte de traçado regular é o que aponta para a barra; dos dois voltados para o lado de terra, o do leste, é excepcionalmente pontiagudo, terminando num esporão de grande altura, enquanto que do oeste prolonga-se por um espigão destinado a eliminar um ângulo morto, atualmente quase encoberto pelo aterro viário.
O novo portal de acesso ao forte, em estilo neoclássico, foi construído pelo Engenheiro Reinaldo Oudinot (1796), dotado de ponte levadiça, corredor de entrada acasamatado e corpo de guarda tapando a fachada palaciana no lugar de um revelim seiscentista. Esta foi a última obra promovida, embora ainda se encontrasse incompleta em 1827.
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Nas proximidades do Castelo de São João da Foz, no lado oposto ao Cabedelo ergue-se o Farolim de Felgueiras também conhecido como Farol da Foz. Colocado no topo do molhe com o mesmo nome, foi construído em 1886. O Farolim tem um alcance de 12 milhas em transparência média. O molhe é mais antigo e data de 1790 tendo forma rectangular alongada, o topo do molhe, onde está o farol, é de forma circular.
O mercado da Foz é um dos símbolos desta freguesia, e em 2000 reabriu de cara lavada. Trata-se de facto de um histórico "centro comercial", cuja reestruturação veio facilitar a vida dos comerciantes e dos potenciais consumidores. As obras incidiram sobretudo ao nível da repavimentação e da cobertura total do espaço do Mercado. uma modernização de "velho" Mercado da Foz, que serve a sua população no consumo diário e nos frescos do dia, coisas que por vezes faltam nos meios urbanos.
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