O morgado de Soalhães foi instituído em 1034 por D. João Martins, Bispo de Lisboa. Na região existiu um mosteiro, cuja mais antiga referência data igualmente do século XI, que foi extinto por D. Sancho II antes de 1245. Nessa mesma centúria, a povoação já é concelho, embora o foral chegue apenas em 1514, por doação de D. Manuel. Finalmente, em 1853 Soalhães passa à categoria de freguesia de Marco de Canaveses. Conserva ainda o seu pelourinho, talvez construído na sequência do foral manuelino.
O pelourinho, em granito, ergue-se sobre soco de três degraus quadrangulares, encimados por uma quarta plataforma, mais elevada e com as arestas superiores chanfradas, servindo de base à coluna, que nela encaixa. A coluna possui fuste cilíndrico e liso, e é directamente rematada por ábaco ou tabuleiro quadrado, sem capitel. Este tabuleiro é constituído por três molduras crescentes, sendo a do topo encimada por quatro pináculos cantonais e um pináculo central, de idêntica tipologia, mas de dimensão muito superior. Os pináculos são constituídos por uma peça de base quadrangular e remate em pirâmide quadrada, tipo ponta de seta.
Embora o monumento possa corresponder ao período manuelino, não é fácil datá-lo com precisão; e é ainda possível que seja bastante mais tardio.
O território abrangido na actualidade pelo município de Marco de Canaveses possui variados testemunhos da passagem de diferentes comunidades humanas ao longo dos tempos, certamente atraídas pelos excelentes recursos cinegéticos que sempre proporcionou à sua sobrevivência e fixação, como comprovam exemplarmente as escavações realizadas na "Área Arqueológica do Feixo". Disso são exemplo a fertilidade dos seus campos, irrigados por inúmeros recursos hídricos, que acabaria por ditar a principal actividade económica das populações neles residentes, ou seja, a agricultura. E foi a par desta característica, que a localização privilegiada da região lhe permitiu acolher algumas das mais importantes feiras medievais do território português, cuja realização era sobremodo facilitada pelas diferentes vias que atravessavam o seu termo.
Uma particularidade que enraizaria já em pleno período medieval, ao longo do qual se ergueram múltiplos edifícios, com destaque para os solares brasonados.
Mas foi também o caso de outras estruturas construídas antes do início do processo de formação da nacionalidade, assim como durante a sua consolidação, como testemunha a "Ponte do Arco" inscrita no românico da região.
De configuração simples, mas robusta, com tabuleiro de perfil horizontal e lajeado (embora posteriormente coberto por betão), com 30 metros de comprimento por três de largura, assente sobre arco apontado, a ponte ostenta contrafortes imponentes com talha-mar triangular e guardas de cantaria granítica.
Tabuado é uma igreja cujas origens remontam ao século XII e ao reinado de D. Afonso Henriques, monarca que delimitou o couto de Tabuado em favor de Gosendo Álvares. As parcelas mais antigas do monumento que se conservam datam genericamente da segunda metade do século XII e inícios do seguinte, constituindo um conjunto patrimonial de grande interesse, vincadamente românico e importante para caracterizar a arte da região durante os primeiros tempos da monarquia.
É um edifício de modestas proporções, de nave única e capela-mor rectangular, mais baixa e estreita que o corpo. O portal principal é ligeiramente quebrado, de três arquivoltas decoradas com meias esferas e moldura exterior enxaquetada. O tímpano é liso, porém assente sobre poderosos gonzos animalescos que desempenham a função de guarda da entrada. A um nível superior, mas em posição axial com o portal, rasga-se uma rosácea de relativo impacto, vazada por sete orifícios circulares em posição radial. Do lado Sul, o portal meridional repete sumariamente as mesmas características do ocidental, embora com menor tratamento, de arco apontado e duas arquivoltas. No interior, destaca-se o arco triunfal, igualmente quebrado.
Em época ligeiramente posterior adossou-se ao segmento setentrional da fachada principal um maciço pétreo que desempenha as funções de torre sineira, de duplo arco apontado. No final da Idade Média, algumas paredes do interior foram revestidas com pinturas murais, de que se conservam vestígios na parede fundeira da capela-mor, concretamente três painéis onde se representaram Cristo, São João Baptista e Santiago. Mas as grandes obras estruturais ocorreram no século XVII, altura em que os patronos do templo, os Correias de Montenegro, instituíram a capela de Jesus. Na época barroca, o interior foi engrandecido com altares de talha, que se conservam genericamente graças à não-radicalidade do restauro efectuado nas décadas de 50 e 60 do século XX.
Foto: Portuguese_eyes
Texto: Paulo Fernandes/IPPAR
As origens do mosteiro de Vila Boa do Bispo recuam aos derradeiros anos do século X ou primeiros da centúria seguinte. Entre 990 e 1022 (ou em 1008, como pretendem alguns autores, um primitivo cenóbio foi fundado por D. Mónio Viegas, o Gasco, cavaleiro francês que combateu al-Mansur e alcançou grande prestígio nesta secção relativamente interior de Riba-Douro. De 1022 é uma discutida inscrição (realizada em data posterior a essa data) na tampa de um sarcófago existente no claustro, que indica ter sido aquele o túmulo de D. Mónio e de dois dos seus filhos. O facto de se tratar de uma inscrição posterior à data efectivamente epigrafada, porém, levou Mário Barroca a equacionar a hipótese de se tratar de uma legenda do século XIII, eventualmente realizada por "algum descendente da linhagem dos Gascos em busca de prestígio social".
Até à segunda metade do século XII, a história deste Mosteiro está envolta em lendas e atribuições duvidosas. De acordo com antigas crónicas, existia uma inscrição de 1035, associada ao sarcófago do bispo portuense D. Sesnando, cujos restos mortais foram trasladados para a parede Sul do templo em 1142, por ordem de D. Pedro Rabaldes, outro prelado do Porto. No entanto, quer a indicação de 1035, quer a de 1142 (data que algumas crónicas indicam ter estado epigrafada numa pintura mural no local do túmulo) são de existência duvidosa e não podem ser aceites sem reserva.
A igreja que hoje subsiste data dos finais do século XII ou inícios do seguinte, à semelhança de uma grande parte do nosso Românico. Nessa altura, ter-se-á refeito integralmente o templo monacal, dotando-o de uma estrutura comum para a época, de nave única e capela-mor rectangular, esta última provavelmente abobadada e apresentando arcarias cegas no exterior.
É precisamente a existência de arcadas cegas - na fachada principal e não na capela-mor, esta entretanto muito adulterada - o principal motivo de interesse do edifício, uma vez que se trata de uma solução sem paralelo no nosso país. Conservam-se uma arcada inteira e o arranque de uma segunda, no lado Norte da fachada principal, sendo as aduelas decoradas por animais afrontados. A contextualização destas formas não é fácil e tem vindo a ser objecto de discussão. Parecem não restar grandes dúvidas acerca de uma ascendência francesa (eventualmente passando pela Galiza), mas a verdade é que encontramos aqui analogias com os primeiros ensaios românicos de Braga, de Rates e de Travanca, o que poderá recuar a datação do conjunto em mais de meio século.
Na Baixa Idade Média, vários foram os homens importantes que aqui se sepultaram. D. Júrio Geraldes, corregedor do rei para o entre-Douro-e-Minho, encomendou dois túmulos pela década de 60 do século XIV, um para si e outro para D. Nicolau Martins, que sucumbiu em 1348 à Peste Negra, realizações que se encontram, actualmente, inseridas em modernos arcossólios da parede Norte do corpo. Um terceiro túmulo, já do século XV e que se encontra adossado ao flanco exterior Sul, é de D. Salvado Pires.
As maiores transformações no conjunto ocorreram a partir da segunda metade do século XVII e até aos meados da centúria seguinte. Para além da radical transformação das áreas monacais, o templo foi objecto de uma vasta campanha de obras, onde se conta a refeitura quase integral da fachada principal (com novo portal e mais ampla iluminação) e a actualização estética do interior. A parte mais simbolicamente relevante foi tratada como uma igreja forrada a ouro, uma vez que o arco triunfal, o tecto da capela-mor e as paredes fundeiras da nave e capela foram revestidos por uma homogénea solução de talha dourada em associação a retábulos. Na parede Norte da nave ainda subsiste o púlpito e o varandim trapezoidal policromado, de onde os monges assistiam às cerimónias litúrgicas.
O território abrangido na actualidade pelo município de Marco de Canaveses possui variados testemunhos da passagem de diferentes comunidades humanas ao longo dos tempos, certamente atraídas pelos excelentes recursos cinegéticos que sempre proporcionou à sua sobrevivência e fixação, como comprovam exemplarmente as escavações realizadas na "Área Arqueológica do Feixo". Disso são exemplo a fertilidade dos seus campos, irrigados por inúmeros recursos hídricos, que acabaria por ditar a principal actividade económica das populações neles residentes, ou seja, a agricultura. E foi a par desta característica, que a localização privilegiada da região lhe permitiu acolher algumas das mais importantes feiras medievais do território português, cuja realização era sobremodo facilitada pelas diferentes vias que atravessavam o seu termo.
Uma particularidade que enraizaria já em pleno período medieval, ao longo do qual se ergueram múltiplos edifícios, com destaque para os solares brasonados.
Mas foi também o caso de templos construídos antes do início do processo de formação da nacionalidade, assim como durante a sua consolidação, como testemunha a "Igreja Matriz de Soalhães" erguida junto ao cemitério paroquial.
Erguida no convento beneditino instituído entre os séculos IX e XI, extinto antes de 1245 por D. Sancho II (1209-1248), e convertido em abadia secular na centúria de XIII, a igreja terá sido remodelada já em trezentos.
Construído em granito, o templo, de nave única e tecto coberto por 91 caixotões pintados de madeira (à semelhança do que sucede na capela-mor), apresenta as paredes interiores revestidas, até meio da altura, a azulejo de padrão azul e branco, resultante da intervenção realizada já no século XVIII, prolongados por duas séries de baixos relevos de madeira, pintados e dourados, com imagens da Paixão de Cristo, da Via Sacra e da vida do orago, São Martinho. Um tipo de revestimento de igual modo presente sobre o arco da "Capela das Almas" (situada no lado do Evangelho) e no arco triunfal (exceptuando o intradorso, decorado com temas vegetalistas) que separa a nave da capela-mor que alberga altar neoclássico. Da mesma intervenção barroca data o altar de talha dourada consagrado ao 'Sagrado Coração de Jesus', localizado na nave, no lado da Epístola.
Exteriormente, o alçado principal exibe portal, romano-gótico, axial de duas arquivoltas com capitéis lavrados com motivos vegetalistas sobrepujado por óculo quadrifoliado flanqueado por duas janelas, sendo encimado por cruz pétrea. Quanto à torre sineira, ela foi adossada ao lado esquerdo, possuindo com gárgulas e coruchéu finalizado com fogaréu.
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