Foto: Maria Inês Dias - 09/10/06
Dotado de inquestionável beleza paisagística e de abundantes e diversificados recursos cinegéticos, essenciais à sobrevivência e fixação do Homem, o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Santo Tirso possui inúmeros testemunhos da presença de comunidades humanas, desde a mais alta antiguidade.
De entre a multiplicidade de testemunhos edificados desta mesma existência, sobressai, sem dúvida, o "Mosteiro de Santo Tirso, Cerca e Cruzeiro Processional", localizado na própria povoação de Santo Tirso.
Embora já funcionasse na segunda metade do século VIII, por iniciativa de S. Frutuoso, Bispo de Dume e de Braga, ou muito antes, pela do bispo da diocese de Braga, S. Martinho de Dume (c. 518/525-579), o cenóbio - mais conhecido por "Mosteiro de S. Bento" - foi reconstruído já no século XIII, mercê do empenho de Martim Gil de Sousa, e de cuja campanha de obras remanesce apenas o claustro gótico, do tipo clunicense, do qual se destaca, ao nível térreo, a arcaria ogival que o percorre, apoiada em colunas geminadas com capitéis profusamente lavrados com motivos geométricos, antropomórficos, quiméricos, zoomórficos e vegetalistas.
Na verdade, o complexo que hoje observamos resulta de uma reedificação seiscentista concebida pelo arquitecto Frei João Turriano (filho de um arquitecto milanês, Leonardo Turriano), monge de S. Bento, engenheiro-mor do Reino e lente de Matemática na Universidade de Coimbra, autor de várias intervenções arquitectónicas realizadas noutros espaços religiosos.
Transpondo a entrada rasgada no alçado principal de frontão triangular com janelão tripartido e pináculos arredondados sobre as aresta e ladeado por duas torre sineiras terminadas em cúpula piramidal forrada a azulejo, acede-se à nave única coberta por ampla abóbada.
A par dos dois retábulos de talha setecentista, das imagens de madeira colocadas nos altares laterais, dos púlpitos da segunda metade do século XVIII e dos altares e capelas do transepto, destaca-se, no interior, a capela-mor com retábulo de talha de finais de seiscentos, ostentando imagens de S. Bento e de Sta. Escolástica, sendo iluminada por seis janelões sulcados na sua parede.
Quanto ao edifício do mosteiro, propriamente dito, ele apresenta frontaria inscrita no barroco bracarense, com brasão aposto no pórtico, albergando capela coberta por painéis azulejares seiscentistas, executados a azul e a amarelo, evocando a vida de Cristo, tendo o conjunto mocanal, incluindo a cerca e o cruzeiro processional, sido contemplado no primeiro documento nacional de classificação de estruturas antigas como "monumentos nacionais", datado de 1910, numa confirmação da sua importância histórica.
Foto: Maria Inês Dias - 09/10/06
Fundado, muito possivelmente, entre os séculos X e XI, o Mosteiro de Bustelo foi alvo de diversas campanhas de obras. No século XVII contam-se várias intervenções, que incidiram sobre o claustro, a portaria, os dormitórios, e outras dependências conventuais. Foram, no entanto, as obras do século XVIII que marcaram decisivamente a arquitectura do mosteiro e lhe conferiram o aspecto que hoje conhecemos. Os documentos encontrados no cartório de Bustelo permitem um acompanhamento gradual desta reedificação e actualização estética e litúrgica. Como é sabido, a reforma beneditina obrigou a eleições trienais, o que facilitou, em muito, a chegada até aos nossos dias destes registos e consequentes obras e feitos realizados sob os diferentes abades.
A igreja teve início em 1695, sob o "projecto" ou ideia do próprio abade, D. Manoel do Espírito Santo, erguendo-se a fachada até pouco mais de "meya altura". Contudo, o prelado eleito em 1704, Frei Matias de Lacerda, acabou por mandar deitar abaixo o dito alçado, por considerar ser muito "defeituoso", conservando apenas as torres. Entretanto, Frei Jerónimo Peixoto, deu continuidade às obras, a partir de 1698, edificando a livraria e os dormitórios. O já referido Frei Matias, continuou a igreja, dotando-a da abóbada do coro e da nave, lançando a escada que liga o coro ao claustro. As obras sofreram um atraso durante a governação de Frei Luís de S. Boaventura, em 1707, menos vocacionado para a arquitectura, mas a igreja continuou e ergue-se o braço do cruzeiro. Em 1710 terminou-se o arco triunfal com as armas de São Bento, e dotou-se o cruzeiro de retábulos colaterais e a nave de púlpitos. A eleição de 1713 trouxe o término da igreja, e a reparação dos estragos entretanto causados por um raio.
Seria necessário esperar pelo trinénio iniciado em 1740 para ver a capela-mor concluída, com os altares e restante equipamento. O cadeiral do coro surge referenciado em 1761, no mesmo ano dos quatro retábulos.
O plano geral obedece aos modelos conventuais beneditinos, com igreja de planta cruciforme, de nave única, com coro alto e capela-mor, apresentando as restantes dependências articuladas em função do claustro, de dois pisos (o primeiro com arcaria e o segundo fechado) e com uma fonte barroca ao centro, com a figuração de São Miguel.
A fachada da igreja, flanqueada pelas torres, é aberta pelo portal principal, encimado pelo frontão interrompido a que se sobrepõem dois janelões e um nicho. Remata o conjunto, um frontão contracurvado. No interior, ganham especial relevância os altares laterais da nave (rococós) e o retábulo-mor (joanino), bem como, no campo da talha dourada, o cadeiral com 25 lugares, em cujos espaldares se relatam as vidas de São Bento e Santa Escolástica.
Texto: (Rosário Carvalho) - IPPAR
O Mosteiro de São Miguel de Vilarinho é um mosteiro de Portugal.
Ao longo dos séculos, Vilarinho viveu em torno do seu mosteiro, como, aliás, era comum em quase todas as freguesias que abrigavam edifícios do género. Mosteiro de VilarinhoFoi este, de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho e, dizem alguns autores, terá sido uma abadia secular muito rica, fundada anteriormente a 1070, para sepultura de uns fidalgos da geração dos Fafes.
O seu abade, Gonçalo Anees Fafes, fundou junto a este templo, o convento, ao qual aplicou as rendas da sua abadia e do qual foi o seu primeiro abade vitalício. A construção do mosteiro foi iniciada em 1070, em 1074 já estava concluído e era habitado por 10 cónegos. O Mosteiro de Vilarinho vem abundantemente documentado nos séculos XIII e XIV, nomeadamente, no "Censual do Cabido da Sé do Porto" (1120).
Os bens do mosteiro, entregue aos comendatários, foram largamente esbanjados e, depois da extinção deles, as suas rendas foram unidas ao Mosteiro de Landim, tendo sido já, anteriormente, em 1488, unido ao de Roriz.
No início do século XVIII, em 1706, apenas dois frades habitavam o mosteiro e, em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas, a igreja paroquial, os restantes edifícios e propriedades, foram vendidos a particulares.
A antiga igreja paroquial de São Miguel de Vilarinho, em estilo românico, é possivelmente do século XII, apesar de ter sofrido já algumas modificações em épocas posteriores. No claustro, do qual só restam vestígios, existe um arco sólido com um túmulo datado do século XIII ou XIV. Nele está sepultado o Prior D. João Gonçalves. Esta igreja é considerada desde 1953, "imóvel de interesse público".
Texto: (wikipedia)
Foto: DGEMN: DSID
O Mosteiro de Cete, ou S. Pedro de Cete, no vale do rio Sousa, é um testemunho tardio da arquitectura românica do Entre Minho-e-Douro. Iniciado por meados do século XII -- embora alguma tradição aponte que tenha sido fundado no século IX, a crer no que pretensamente se atesta num documento do ano de 882 citado por Jorge Rodrigues, é um vasto templo que se ergueu por iniciativa dos beneditinos cluniacenses e que, no início do século XIV, ainda era objecto de uma campanha ao nível da ábside, atestável no tipo de frestas, similares às de Paço de Sousa.
A solidez volumétrica da construção, de óbvia sugestão bélica, bem patente na torre ameada e nas escassas frestas, permanece como memória dos sucessivos ataques e devastações a que o mosteiro foi sujeito. Após uma reconstrução efectuada em finais do século X, o mosteiro conhecerá, ao longo dos séculos XII e XIII, uma época de paz, conquistando independência tutelar entre 1121-1128 e concretizando ainda um sólido florescimento patrimonial nos primórdios da fundação do território nacional. Das reconstruções efectuadas por intervenção do abade Estevão I em inícios do século XIV resulta a permanência do traço românico da igreja, que se mantém até hoje; contudo, os elementos estruturais mais antigos remontam ainda ao século XII e estão perfeitamente documentados na simplicidade decorativa do tímpano no portal sul do mosteiro.
A fachada principal é rasgada por um portal de arco apontado que mantém a sugestão românica ao nível da decoração geometrizante composta por motivos circulares que decoram as três arquivoltas assentes em colunelos de capitéis ornamentados com temática vegetalista. No segundo registo rasga-se uma rosácea, fruto de uma posterior intervenção de restauro, a cargo da DGEMN, ao qual se sobrepõe uma empena rematada por uma cruz em formato de flor de lis. A torre, adossada ao lado Norte, e perfeitamente integrada na fachada (tal como na igreja Colegiada de Barcelos), é consolidada por um denso contraforte escalonado decorado por dois pináculos torsos, ornatos decorativos frutos de uma campanha quinhentista. Desta campanha subsiste ainda uma pia baptismal, a abóbada polinervada que cobre a capela funerária no interior da torre, o arcosólio manuelino do túmulo de D. Gonçalo Óveques enquadrado entre azulejos também quinhentistas, bem como algumas intervenções no claustro e na sala capitular. A espacialidade interior da igreja denota um forte comprometimento com análogas tipologias românicas, possuindo nave única com cobertura de madeira, em que a capela-mor (com dois tramos) termina em quarto de esfera, sendo percorrida no primeiro registo por uma arcada cega, características que também podem ser encontradas nas igrejas medievais de Longos Vales ou de Sanfins de Friestas, paradigma arquitectónico que atinge o seu auge com a igreja de Paço de Ferreira. O exterior da ábside é percorrido por fortes contrafortes, que corrobam a linguagem arquitectónica dominante. Contudo, em Cete, encontramos um vocabulário decorativo que atesta o explorar de propostas alusivas a um formulário goticizante, expostas na rosácea do arco apontado e na decoração vegetalista e antropomórfica da capela-mor, bem como no arco apontado do portal no lado Norte.
Na actualidade, o mosteiro é objecto de um programa de recuperação e valorização, pelo IPPAR, que visa, entre outros objectivos, restituir a integridade do espaço monacal adjacente (não apenas o edifício, mas também a antiga cerca), restaurar diverso património móvel e integrado, bem como dotar o conjunto de levantamentos arquitectónicos e de estudos específicos de história da arte.
O conjunto formado pelo largo onde se inscreve o santuário do Bom Jesus de Barrosas, com a respectiva igreja e cruzeiro impõe-se na malha urbana pela volumetria e dimensão dos seus elementos, mas também pelas diferenças de cotas entre eles. Para além do cruzeiro que, junto ao templo, prolonga para o exterior as manifestações religiosas (consultar neste site a ficha com a designação - Cruzeiro do Bom Jesus de Barrosas ), é a igreja que mais se destaca.
As origens deste santuário de vocação cristológica encontram-se na visão de um pastor, de seu nome Domingos França, a quem Cristo se teria manifestado. Em consequência deste milagre, o pastor mandou construir, em 1672, a expensas suas, uma pequena capela para a qual o seu irmão veio a adquirir uma imagem de Cristo Crucificado, executada por um escultor de Barcelos (hoje no cemitério atrás da igreja).
A muita devoção ao Bom Jesus de Barrosas levou a que o templo primitivo se revelasse demasiado pequeno pelo que, no último quartel do século XVIII, foi construída a igreja que hoje se conhece. Não se sabe ao certo em que anos foi erguida, mas a data de 1798 presente nas grades do adro ajudam a balizar a edificação, datando certamente uma fase final da campanha de obras, isto é, de arranjos na envolvência. A igreja é envolta por um adro gradeado, apenas aberto em frente do portal principal, com escadaria de acesso.
Por outro lado, uma observação mais atenta da fachada denuncia, muito possivelmente, intervenções de épocas distintas, pois as torres apresentam cada uma um remate diferenciado: a da esquerda em coruchéu e a da direita bolbosa e encimada por cruz. Estas são ligeiramente recuadas em relação ao pano central, marcado por pilastras laterais e pela abertura do portal, envolvido por uma moldura que se prolonga até à janela de sacada do coro alto, envolvendo-a e elevando-se até à base do frontão triangular com que o alçado termina. As fachadas laterais são ritmadas pela abertura de janelas ao nível do registo superior, ganhando maior expressão no interior da igreja, profusamente iluminada. A estes vãos, com sanefas de talha dourada, correspondem, quer na nave quer na capela-mor, diferentes capelas e os púlpitos, todos eles também com sanefas de talha dourada. As abóbadas são pintadas.
A capela-mor, pouco mais estreita do que a nave, e com a qual se articula através de arco de volta perfeita revestido por talha, apresenta parede fundeira totalmente ocupada pelo retábulo, dominado pela tribuna, muito alta. Esta campanha de talha remonta, também, à segunda metade de Setecentos.
Na envolvente da igreja, no adro e na cota mais baixa, as casas da povoação encontram-se adossadas a esta estrutura, com destaque para a casa onde funcionou o Julgado de Paz, de fachada longitudinal aberta por quatro portas ligadas a janelas de sacada no piso nobre e um brasão central.
Classificado como monumento nacional, este imóvel medieval é considerado um dos melhores exemplares arquitectónicos existentes no país, de transição do estilo românico para o gótico. Com origem anterior ao séc. X, foi posteriormente (séc. XII) a primeira casa mãe dos Cavaleiros Hospitalários da Ordem de Malta em Portugal. Da construção românica resta apenas, nas traseiras da igreja, uma ala incompleta do claustro, um portal e uma janela com decoração vegetalista. Foi reedificado no séc. XIV, segundo o modelo das igrejas fortaleza. A fachada principal de estilo gótico, com ampla rosácea radiada e rematada por uma cruz da Ordem de Malta, possui torre de menagem de traça românica, coroada de ameias. No interior, dividido em três naves, podemos admirar a capela-mor com abóbada de nervuras, a capela de Nossa Senhora do Rosário ou do Ferro e os túmulos de vários cavaleiros e frades, destacando-se a arca tumular de Frei João Coelho, Grão-Mestre da Ordem, com estátua jacente da autoria de Diogo Pires, o Moço, bem como a pia baptismal, cuja base é decorada por animais exóticos. No exterior, o Cruzeiro é também da autoria do mesmo mestre coimbrão. Foi neste Mosteiro que o rei D. Fernando casou com D. Leonor de Teles.
Apesar da referência documental mais antiga deste monumento datar do ano de 1003, a fundação deste mosteiro é certamente muito anterior. Seria na época apenas um pequeno cenóbio albergando uma comunidade provavelmente beneditina. No séc. XII é doado aos monges-cavaleiros da Ordem de S. João do Hospital, tornando-se assim a primeira sede desta ordem em Portugal. A estrutura gótica do monumento remonta às obras de remodelação e ampliação efectuadas no séc. XIV por iniciativa do Balio D. Frei Estevão Vasques de Pimentel.
Do mosteiro resta apenas a igreja, de planta cruciforme, ladeada por uma alta torre quadrangular, provida de balcões com matacães, a meia altura e no topo, em ângulo, seteiras, dando à igreja um aspecto de verdadeira fortaleza militar.
No seu interior destaca-se, sobre a campa de Frei Estevão Vasques, uma placa de bronze, com diversos motivos decorativos e contendo o epitáfio do defunto em caracteres leoneses.
Está classificado como Monumento Nacional pelo Decreto de 16.06.1910 DG 136 de 23 de Junho de 1910.
O mosteiro construído no século XVI pelos cónegos regrantes de Santo Agostinho na encosta da Serra do Pilar tem grande parte da sua história ligada aos ofícios militares. Uma relação que será reforçada até ao final do ano, quando receber o espólio do Museu Militar do Porto.
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