A ponte de D. Zameiro é uma das várias estruturas de passagem que existiram sobre o rio Ave ao longo da História. A sua origem deve buscar-se à época romana, apesar de a configuração actual não possuir qualquer indício de uma cronologia tão recuada. Nessa altura, a ponte era parte integrante da Via Veteris (designada, na Idade Média, por Karraria Antiqua), uma estrada que, partindo do Porto, ligava à Maia e a Rates, passando o rio Ave na ponte de D. Zameiro e o rio Este na ponte dos Arcos.
A ponte que actualmente existe é o produto de uma (re)construção da época medieval, com grande probabilidade executada no século XII, uma vez que o testamento de D. Fernando Martins, de 1185, já a refere, e outras indicações da primeira metade do século XIII confirmam a sua existência.
É uma estrutura de apreciáveis dimensões mas heterogénea, composta por oito arcos de volta perfeita, assimétricos entre si, existindo alguns de vão mais amplo, cujo ponto de maior elevação é imediatamente abaixo do tabuleiro, e outros de menores dimensões, sobressaindo a sua abertura pouco acima do leito do rio. Entre eles, existem talhamares a montante, de perfil triangular, e talhantes a jusante, de secção quadrangular, elementos que desviam o curso das águas e reforçam os pontos de apoio da ponte. O aparelho é regular e revelador de uma relativa qualidade construtiva, dispondo-se em fiadas horizontais, ainda que os silhares apresentem grandes diferenças entre si. As aduelas dos arcos, pelo contrário, são bastante homogéneas, de desenho fino e comprido, sendo mais um elemento que comprova a qualidade da obra medieval.
O tabuleiro é ligeiramente rampante, mas dominado pela horizontalidade, facto que pode ter explicação na sua ascendência romana, que tão claramente se afasta dos típicos duplos cavaletes das pontes medievais. É protegido por guardas em cantaria, de silhares mais regulares que os do enchimento, tendo o pavimento original sido substituído aquando do recente restauro.
Apesar das obras de consolidação e de desobstrução de arvoredo efectuadas na década de 90 do século XX, em 2001 deu-se a derrocada de um dos arcos, o que obrigou a uma intervenção mais profunda. Os trabalhos então executados foram praticamente integrais, reforçando-se todas as juntas do aparelho com cimento, aplicando-se uma manta de asfalto sobre o pavimento e reconstruindo-se a parte do arco em falta. Em Outubro de 2003, findo o restauro, foi possível verificar a radicalidade da intervenção, que "mascarou" o monumento com uma capa de modernidade.
Ao longo dos tempos, esta secção do rio Ave foi densamente ocupada e explorada pelas populações, instalando-se, nas suas margens, diversos equipamentos, de que são exemplo um açude, duas azenhas e um moinho. Estes imóveis, cuja laboração aproveitava a existência da ponte para permitir a passagem de pessoas e de bens, são de construção popular e utilitária (por isso, mais vulneráveis à erosão do tempo), mas a sua conservação impõe-se como testemunho de um outro tempo, em que o rio foi fonte de rendimento e de sobrevivência, de atracção e de fixação das populações que humanizaram esta paisagem.
Desconhecem-se as origens exactas desta ponte. Em 1136, a povoação dos Arcos já existia e o topónimo não pode ser dissociado de uma primitiva estrutura de passagem que aqui existiu, cuja relevância regional, monumentalidade e, muito provavelmente, antiguidade, conferiu à localidade o seu próprio nome, confundindo-se ambas as realidades. Tal facto assegura que, logo nos inícios do século XII a ponte já existia, mas não conseguimos identificar a época precisa da sua primeira configuração, sendo certo que pode ter pertencido ao período romano, embora nenhum elemento material o sugira.
Na Baixa Idade Média, a estrutura integrou o principal caminho do entre-Douro-e-Minho que ligava o Porto à Galiza. "Por ter menos uma légua que a estrada por Braga com o mesmo destino, este parece ter sido, segundo alguns indicadores históricos, o caminho mais seguido para Compostela", sintomaticamente designado por karraria antiqua ou via veteris. Assim, o caminho até agora identificado ligava a cidade da foz do Douro à ponte sobre o rio Ave e ao Mosteiro da Junqueira. A partir daqui, precisamente pela ponte dos Arcos, o itinerário dirigia-se para Rates, local de um dos mais importantes cenóbios nacionais dos séculos XII e XIII e ponto central na densa malha de caminhos da região, seguindo depois para Barcelos. A vantagem desta estrada não era só sobre a de Braga, mas também em relação a um outro eixo viário ainda incipiente nesta altura (mas de grande sucesso nas épocas moderna e contemporânea), que privilegiava as zonas do litoral. Este caminho, conhecido como da "Beira-Mar", tinha várias desvantagens, entre as quais o clima mais ventoso, as dificuldades inerentes à passagem sobre as fozes dos rios e a inexistência de verdadeiros centros urbanos, como Braga, Guimarães ou Barcelos.
Provada a centralidade de São Miguel dos Arcos no contexto regional em que se insere, importa deixar claro que a estrutura que hoje observamos dificilmente corresponderá à referida em 1136. Muito menos parece ter tido a sua origem em 1144, segundo uma inscrição recente, gravada em silhar das guardas da estrutura, informação eventualmente lendária e transposta para a pedra "por ocasião de alguma reparação executada na ponte". As suas características construtivas são se afastam do período românico, mas é provável que date já do século XIII, centúria de grande actividade construtiva na área da pontística.
Tipologicamente, estamos perante uma estrutura harmónica e simétrica, com um arco maior central ladeado por outros dois, de menores dimensões e idêntico perfil entre si. Os vãos são volta perfeita, compostos por aduelas compridas e estreitas, de extradorso ligeiramente irregular e o arco médio apresenta algumas fissuras entre as aduelas e o núcleo de enchimento. Como sistemas de reforço estrutural existem dois talhamares triangulares a montante, a ladear o arco central, e outros dois a jusante, de secção rectangular. O enchimento é feito com silhares relativamente bem aparelhados, dispostos horizontalmente, apresentando algumas fiadas alguns sinais de desagregação. O tabuleiro é em cavalete de dupla rampa, com acentuado pronunciamento proporcionado pela composição harmónica dos vãos, e é protegido lateralmente por guardas em granito.
Em anos recentes, a parte superior da ponte foi alvo de melhoramentos, contando-se o revestimento do pavimento e o prolongamento das guardas com estruturas metálicas e grelha de arame. Antes disso, em 1908, erigiu-se, num dos acessos ao pavimento, um padrão comemorativo dos Viscondes de Faria Machado e um conjunto de alminhas. Classificada desde 1982, tem-se assistido, nos últimos anos, a um progressivo desgaste estrutural, a que a passagem de trânsito rodoviário de ligeiros não é alheio. Para além disso, as margens necessitam de melhor regularização de caudais e a própria ponte é ameaçada por arbustos, cujas raizes penetram fundo na estrutura.
Localizada na antiga estrada medieval que ligava o Porto a Guimarães, a pequena ponte de São Lázaro tem sido tradicionalmente atribuída à época romana, hipótese que, recentemente, por ocasião do restauro da estrutura, veio a ser encarada como muito provável, na medida em que se identificou um silhar almofado, com "recorte romano" e "marca dos ferrei forfex". Paralelamente, o perfil redondo do arco central, apesar de bastante modificado, é outro indicador acerca da sua maior antiguidade.
Apesar desse cada vez mais provável passado romano, a ponte que chegou até aos nossos dias data da Baixa Idade Média, cronologia que é confirmada pelas suas características estruturais e pela parca documentação que a ela se refere. Pelas Inquirições de 1258 sabemos que, associada à ponte, existia uma gafaria de leprosos, solução que tem eco em outras estruturas de passagem da Idade Média portuguesa, em particular em meios rurais. Esta informação atesta a existência da ponte em meados do século XIII, assim como confirma a sua importância no contexto regional, a ponto de aqui se ter implantado uma instituição de assistência. Essa gafaria, a seu tempo, transformou-se em Hospital, sendo referido em 1747, altura em que lhe estava anexa uma capela e algumas casas nas imediações. Pela longa duração desta gafaria, facilmente nos apercebemos da sua relação com a ponte, evocando-se, assim, "um rosário de tragédias e repulsas" tão característico da marginalidade social a que muitos indivíduos foram sujeitos ao longo da História.
A ponte propriamente dita compõe-se de dois arcos desiguais, um mais amplo e central, lançado sobre o leito do rio Leça, e outro menor, do lado da margem esquerda, destinado a melhor escoar a água em épocas de forte correnteza. Ambos são construídos com aduelas compridas e estreitas (características da Baixa Idade Média), apesar de formarem uma volta perfeita; o seu intradorso é extremamente regular, constituído por silhares bem aparelhados e dispostos horizontalmente.
O mesmo não podemos dizer a respeito do aparelho de enchimento, que é revelador das sucessivas fases de consolidação da estrutura. Recorrendo a fiadas horizontais de blocos genericamente rectangulares, ele apresenta numerosos cotovelos e cortes verticais, caracterizando-se por uma composição pseudo-isódoma que contraria a regularidade plena das estruturas romanas e, até, das baixo-medievais. O facto de algumas pedras apresentarem siglas de canteiro confirma a cronologia pelo século XIII, mas muitas outras existem que não possuem qualquer marca, o que indica ter o monumento sido alvo de reconstruções na Idade Moderna.
O tabuleiro é o principal elemento de cronologia medieval. Disposto em cavalete de dupla rampa e lajeado com grandes blocos, tem uma largura máxima de c.3,2m, ideal para a passagem de carros de tracção animal que deixaram a sua marca em duas linhas de sulco no pavimento. Originalmente, a passagem era protegida por "guardas em granito de remate boleado", de que se encontraram algumas durante o restauro.
Em 1995, a Câmara de Valongo procedeu a obras de consolidação da estrutura, substituindo-se, então, o lajeado do pavimento, reconstituindo-se as guardas em granito e impermeabilizando-se o tabuleiro, através de uma solução não visível do exterior. No ano seguinte, a autarquia promoveu um arranjo parcial das margens, com regularização do curso do rio e definição de uma zona de lazer.
À saída da ponte, a capela de São Lázaro recorda o passado assistencial do local. A sua configuração actual data da época moderna, mas conserva os dois elementos espaciais essenciais de um templo com estas características: o santuário propriamente dito (composto por nave única e sem capela-mor individualizada volumetricamente) e um alpendre suportado por pilares e protegido por muro a todo a volta.
O território abrangido na actualidade pelo município de Marco de Canaveses possui variados testemunhos da passagem de diferentes comunidades humanas ao longo dos tempos, certamente atraídas pelos excelentes recursos cinegéticos que sempre proporcionou à sua sobrevivência e fixação, como comprovam exemplarmente as escavações realizadas na "Área Arqueológica do Feixo". Disso são exemplo a fertilidade dos seus campos, irrigados por inúmeros recursos hídricos, que acabaria por ditar a principal actividade económica das populações neles residentes, ou seja, a agricultura. E foi a par desta característica, que a localização privilegiada da região lhe permitiu acolher algumas das mais importantes feiras medievais do território português, cuja realização era sobremodo facilitada pelas diferentes vias que atravessavam o seu termo.
Uma particularidade que enraizaria já em pleno período medieval, ao longo do qual se ergueram múltiplos edifícios, com destaque para os solares brasonados.
Mas foi também o caso de outras estruturas construídas antes do início do processo de formação da nacionalidade, assim como durante a sua consolidação, como testemunha a "Ponte do Arco" inscrita no românico da região.
De configuração simples, mas robusta, com tabuleiro de perfil horizontal e lajeado (embora posteriormente coberto por betão), com 30 metros de comprimento por três de largura, assente sobre arco apontado, a ponte ostenta contrafortes imponentes com talha-mar triangular e guardas de cantaria granítica.
As Alminhas da Ponte são um baixo relevo em bronze realizado em 1897 pelo escultor Teixeira Lopes, pai, localizado na cidade do Porto em Portugal, que eternizou o dia 29 de Março de 1809 em que centenas de pessoas, fugindo das tropas do Marechal Soult que atacavam a cidade sob ordens de Napoleão, faleceram na travessia da Ponte das Barcas. O peso e a aflição da população em fuga originou o afundamento da ponte que ligava as duas margens do rio Douro.
Hoje em dia, os cidadãos depositam velas acesas e flores perto das Alminhas da Ponte para lamentar a tragédia.
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