Sexta-feira, 21 de Março de 2008

Quinta do Rio - Ramalde - Porto

Algo degradada, não deixa de ser uma das jóias arquitectónicas da freguesia. Mostra indícios de construção rural e agrícola. Ponto de confluência de vários ribeiros vindos do Padrão da Légua, do Seixo ou da Arca de Água, não deixa de ter instalações de secagem, eira e habitação. Curiosamente, mantém a última ponte rural ainda existente dentro da cidade, apesar das suas reduzidas dimensões.

(Fonte: jf-ramalde)


A casa de granito assenta em base rochosa.O primeiro piso era utilizado para habitação. O piso térreo funcionava com arrecadações e estábulos.Exteriormente, o corpo central é dividido por pilastras com uma porta ao meio emoldurada e com um óculo. A quinta do Rio foi vendida por Mª Isabel Perdigão a Artur Armindo Rola Sousa Bráz em 1987. Em 1988 a casa sofreu obras de reabilitação e restauro.



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Sexta-feira, 26 de Outubro de 2007

Casa de Ramalde

 

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Casa de Ramalde foi solar da família Leite desde a primeira metade do século XVI. Nessa época, o edifício era bastante simples, tendo sido parcialmente integrado na nova construção projectada por Nasoni já no século XVIII, ou mais concretamente numa data próxima daquela que se encontrou na capela anexa - 1746. De entre os elementos que Nasoni terá incorporado, destaca-se a torre, que se mantém ao centro da nova construção setecentista. Esta e a ampla escadaria da fachada retomam modelos já ensaiados na Quinta do Chantre, uma das obras mais significativas de Nasoni no contexto da arquitectura nobre rural portuense (SMITH, 1966, p. 143).

Saliente-se, no entanto, que muito embora Robert Smith atribua a reconstrução da Casa de Ramalde a Nicolau Nasoni não existem, até à data, referências documentais que comprovem esta ideia; ainda que a mesma seja relativamente bem aceite pela generalidade dos investigadores (FERREIRA ALVES, p. 310).
O edifício actual e que remonta ao projecto do século XVIII, apresenta planta rectangular, de dois pisos e capela de uma só nave, que Nasoni terá ligado ao solar através de "uma passagem em forma de quadrante" (SMITH, 1966, p. 143). A fachada do solar é mais austera que a de Chantre enquanto que o alçado da capela, dedicada a São Roque, apresenta uma linguagem severa, à excepção da pedra de armas no frontão, interrompido sob o campanário sustentado por uma peanha. A capela contém no seu interior o túmulo de João Leite Pereira, também atribuído a Nasoni.

Todo o conjunto é delimitado por um amplo muro, que integra o solar, a capela, uma área de terrenos agrícolas e um jardim de gosto barroco.
Mas, e de acordo com Robert Smith, o que mais distingue a Casa de Ramalde e lhe confere alguma relevância no âmbito dos projectos de Nasoni, é o carácter neo-gótico que o arquitecto imprimiu a este solar; num revivalismo avant la lettre, que coincide cronologicamente com as experiências iniciais do Gothic Revival inglês, pela mão de Batty Langley. De facto, na Casa de Ramalde encontram-se elementos de cariz gótico, muitos dos quais se mantiveram da construção anterior, conjugados com volutas, numa fusão estilística de padrões antigos e modernos que retoma modelos utilizados por Batty Langley num livro editado em Londres, à época (SMITH, 1966, p. 143). Um gosto que se encontra ainda em outras obras suas - casa do Dr. Barbosa, Torre da Prelada ou portada de Santa Cruz do Bispo.
A Casa de Ramalde é também conhecida como Casa Queimada, devido ao grande incêndio sofrido aquando das invasões francesas. Em 1870 o então proprietário empreendeu esforços para recuperar o solar e a capela, que seriam reconvertidos em Museu Nacional de Literatura, em 1968. Este último encerrou a sua actividade em 1988, tendo sido o edifício entregue ao então IPPC. Actualmente acolhe a Direcção Regional do Porto do IPPAR.

(Texto Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_de_Ramalde")


publicado por MJFSANTOS às 15:24
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Sexta-feira, 28 de Setembro de 2007

Ramalde - Porto

A FREGUESIA  / HISTÓRIA
NASCIMENTO E ADMINISTRAÇÃO DA FREGUESIA

A freguesia de S. Salvador de Ramalde é mencionada pela primeira vez com o nome arcaico de Rianhaldy, nas Inquirições de D. Afonso III, em 1258. Porém, já aparece citada anteriormente, como lugar, num documento de 1222 em que a rainha D. Mafalda faz uma doação ao Mosteiro de Arouca.
A origem e crescimento do povoado de Rianhaldy perde-se nos tempos, antes da fundação da monarquia portuguesa, provavelmente entre 920 e 944, data em que chegaram ao território os monges de S. Bento. Assim começaria a história do julgado de Bouças e do seu antiquíssimo mosteiro beneditino. Este território pertenceu ao Padroado Real de D. Sancho I que depois o doou, em 1196, a sua filha D. Mafalda.
Na época de D. Sancho II o território denominava-se Ramunhaldy e era constituído por cinco lugares: Francos, Requezendi, Ramuhaldi Jusão e Ramuhaldi Susão (actualmente Ramalde do Meio).
Entre 1230 e 1835 pertenceu ao concelho de Bouças, o qual integrava também S. Mamede de Infesta, Matosinhos, Foz do Douro e um conjunto de vinte povoações.
Em 1895 foi integrado no concelho do Porto, como freguesia. Os seus limites eram assim definidos: a Norte o concelho de Matosinhos (Bouças); a Sul Lordelo do Ouro; a levante Paranhos e Cedofeita e a poente Aldoar.


EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA

É muito difícil caracterizar demograficamente com precisão esta freguesia no período anterior aos finais do século XIX. No entanto, pode dizer-se que em épocas anteriores Ramalde comportava uma população considerável, pois em 1757 possuía 407 fogos e em 1855 cerca de 600 fogos. Por outro lado, o forte crescimento da natalidade e a baixa taxa de mortalidade indiciam um incremento populacional.
No período que medeia entre os finais do século XIX até 1991, e devido à recolha de dados do "Census", já é possível fazer uma análise mais rigorosa da evolução demográfica.
Temos, assim, dois períodos: até aos finais do século XIX, fase que se caracteriza pela inexistência de "Census", e a partir dos finais do século XIX até à actualidade em que já existem "Census" para o estudo dessa evolução. Entre 1864 e 1981, S. Salvador de Ramalde manteve sempre um crescimento populacional positivo, sendo até muito elevado em certos períodos. No entanto, os "Census" preliminares de 1991 apontam, pela primeira vez, para uma taxa de crescimento populacional negativa. Analisando o segundo período, temos o seguinte quadro evolutivo:

Entre 1864 a 1900 um crescimento para mais do dobro. Este facto pode explicar-se pelo arranque do sector industrial e pela mobilização de uma crescente mão-de-obra que veio fixar-se em Ramalde.
Entre 1940 e 1950 e de 1960 a 1970, a população apresenta ritmos de crescimento que variam entre os 38,7% e os 44,5%, respectivamente. No período correspondente a 1940 - 50, este acréscimo pode talvez ser explicado pelo afluxo migratório das zonas rurais para as zonas urbanas.
Para o período de 1960 - 70, pode estabelecer-se uma relação de crescimento populacional e o desenvolvimento industrial que terá conduzido à fixação de mão-de-obra junto das unidades industriais. Porém, não deve ser alheia a este crescimento a implantação de grande número de bairros de habitação social a fim de fornecer alojamento a franjas de população deslocadas do centro do Porto, que apresentava, nesta fase, indícios de saturação.

 

ACELERAÇÃO DO URBANISMO NA ACTUALIDADE

O modo de vida de S. Salvador de Ramalde reflecte um processo de descaracterização sócio-cultural, em grande parte devido à aceleração da urbanização, nomeadamente a partir da década de 60.
Hoje o número de indivíduos que trabalham no sector primário é praticamente nulo (nos "Census" de 91 eram apenas 55) e os traços culturais dessa ruralidade quase se perderam, sendo desconhecidos entre a população mais jovem. Actualmente, 61,7% da população trabalha no sector terciário, seguindo-se 38,4% no sector secundário.
Nota-se, também, uma quebra de sociabilidade e relação de vizinhança, o que poderá ser explicado, em grande parte, por uma percentagem significativa da população activa trabalhar fora da freguesia, mantendo, assim, contactos privilegiados em diferentes espaços. A abertura de importantes ligações rodoviárias - que interessam mais ao Grande Porto do que propriamente às populações da freguesia - também não favorece, pelo contrário, as tradicionais relações de vizinhança e solidariedade.

 

HABITAT E URBANISMO

No início da industrialização da freguesia, a habitação operária designava-se por "ilha", alojamento muito precário, mas que permitia fixar mão-de-obra a baixo custo. Por outro lado ao patronato industrial vinha associado o crescente desenvolvimento de uma burguesia portuense industrial.
Estas "ilhas" eram também a única alternativa para uma incipiente classe operária cujo poder de compra era muito baixo, dada a prática corrente de baixos salários no início da industrialização -- princípio do século XX. Por fim, no plano de melhoramento da cidade "1956" e depois no plano director municipal "1962", a freguesia de Ramalde perde definitivamente a sua face camponesa e torna-se num espaço de preferência destinado à função residencial e ao sector secundário.
Os Planos indicados fizeram evoluir o centro da cidade para uma progressiva terciarização enquanto as zonas periféricas, como a freguesia de Ramalde, passaram a funcionar como espaços residenciais e de crescimento do sector secundário.
No que diz respeito aos espaços residenciais surgem novas realidades habitacionais que, de certo modo, pretendem substituir as "ilhas" da primeira fase: as habitações sociais. Este tipo de habitação pretende dar resposta ao aumento populacional da cidade numa época em que se põe em prática uma política de transferência administrativa de sectores de população do centro da cidade para a periferia, especialmente os que provêm de zonas degradadas.
A habitação social marca profundamente a ocupação na freguesia de Ramalde que se organiza fundamentalmente a partir da década de 60. Em contrapartida, e sem explicação, embora tenha sido Ramalde um território rural, parece não ter havido então a preocupação de criar espaços verdes. Na realidade, em toda a freguesia apenas existe uma zona de lazer e que não é pública. Trata-se do parque de campismo da cidade, ou parque da Prelada, que ocupa a quinta que pertenceu ao antigo solar dos Senhores da Prelada. A entrada principal abre-se para a rua do Monte dos Burgos, na saída para a Maia e Viana do Castelo já do lado Norte da Via de Cintura Interna.
Existe cerca de uma dúzia de bairros de habitação social, como os de Pereiró, Campinas, Ramalde, Viso, Francos, Ramalde do Meio, Bairro de Santo Eugénio...
Encontramos também a habitação privada mas degradada, as "ilhas" nas zonas de Pedro Hispano e João de Deus, Francos, Ramalde do Meio, Requesende, Pedro de Sousa e Pereiró.
A par deste tipo de habitação, aparecem as áreas residenciais de luxo: Avenida da Boavista, Zona Residencial da Boavista (Foco) e Avenida de Antunes Guimarães. Repare-se que as três zonas se situam nos limites da freguesia, a Sul e Leste.
Pode considerar-se que outro tipo de urbanismo está representado pela cidade cooperativa da Prelada inaugurada em 22 de Julho de 1993. Trata-se de uma união de cooperativas: "As Sete Bicas", "Ceta", "Hazal", "Portocoop", "Santo António das Antas", "Santo Ildefonso", "Solidariedade e Amizade", tendo como vizinha uma outra urbanização cooperativa, a "Nova Ramalde". O grande surto da habitação cooperativa surgiu após a revolução de 25 de Abril de 1974.

 

publicado por MJFSANTOS às 00:28
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