Localizada na antiga estrada medieval que ligava o Porto a Guimarães, a pequena ponte de São Lázaro tem sido tradicionalmente atribuída à época romana, hipótese que, recentemente, por ocasião do restauro da estrutura, veio a ser encarada como muito provável, na medida em que se identificou um silhar almofado, com "recorte romano" e "marca dos ferrei forfex". Paralelamente, o perfil redondo do arco central, apesar de bastante modificado, é outro indicador acerca da sua maior antiguidade.
Apesar desse cada vez mais provável passado romano, a ponte que chegou até aos nossos dias data da Baixa Idade Média, cronologia que é confirmada pelas suas características estruturais e pela parca documentação que a ela se refere. Pelas Inquirições de 1258 sabemos que, associada à ponte, existia uma gafaria de leprosos, solução que tem eco em outras estruturas de passagem da Idade Média portuguesa, em particular em meios rurais. Esta informação atesta a existência da ponte em meados do século XIII, assim como confirma a sua importância no contexto regional, a ponto de aqui se ter implantado uma instituição de assistência. Essa gafaria, a seu tempo, transformou-se em Hospital, sendo referido em 1747, altura em que lhe estava anexa uma capela e algumas casas nas imediações. Pela longa duração desta gafaria, facilmente nos apercebemos da sua relação com a ponte, evocando-se, assim, "um rosário de tragédias e repulsas" tão característico da marginalidade social a que muitos indivíduos foram sujeitos ao longo da História.
A ponte propriamente dita compõe-se de dois arcos desiguais, um mais amplo e central, lançado sobre o leito do rio Leça, e outro menor, do lado da margem esquerda, destinado a melhor escoar a água em épocas de forte correnteza. Ambos são construídos com aduelas compridas e estreitas (características da Baixa Idade Média), apesar de formarem uma volta perfeita; o seu intradorso é extremamente regular, constituído por silhares bem aparelhados e dispostos horizontalmente.
O mesmo não podemos dizer a respeito do aparelho de enchimento, que é revelador das sucessivas fases de consolidação da estrutura. Recorrendo a fiadas horizontais de blocos genericamente rectangulares, ele apresenta numerosos cotovelos e cortes verticais, caracterizando-se por uma composição pseudo-isódoma que contraria a regularidade plena das estruturas romanas e, até, das baixo-medievais. O facto de algumas pedras apresentarem siglas de canteiro confirma a cronologia pelo século XIII, mas muitas outras existem que não possuem qualquer marca, o que indica ter o monumento sido alvo de reconstruções na Idade Moderna.
O tabuleiro é o principal elemento de cronologia medieval. Disposto em cavalete de dupla rampa e lajeado com grandes blocos, tem uma largura máxima de c.3,2m, ideal para a passagem de carros de tracção animal que deixaram a sua marca em duas linhas de sulco no pavimento. Originalmente, a passagem era protegida por "guardas em granito de remate boleado", de que se encontraram algumas durante o restauro.
Em 1995, a Câmara de Valongo procedeu a obras de consolidação da estrutura, substituindo-se, então, o lajeado do pavimento, reconstituindo-se as guardas em granito e impermeabilizando-se o tabuleiro, através de uma solução não visível do exterior. No ano seguinte, a autarquia promoveu um arranjo parcial das margens, com regularização do curso do rio e definição de uma zona de lazer.
À saída da ponte, a capela de São Lázaro recorda o passado assistencial do local. A sua configuração actual data da época moderna, mas conserva os dois elementos espaciais essenciais de um templo com estas características: o santuário propriamente dito (composto por nave única e sem capela-mor individualizada volumetricamente) e um alpendre suportado por pilares e protegido por muro a todo a volta.
Marques de Oliveira / 1853-1927
Natural do Porto, João Marques da Silva Oliveira é, ainda muito novo, discípulo de António José da Costa. Na Academia Portuense de Belas-Artes é um dos melhores alunos de João Correia no curso de Pintura Histórica. Tal como Silva Porto, é o primeiro de uma série de pintores a beneficiar de uma bolsa do Estado no estrangeiro. Em Paris, é aluno de Canabel e de Yvon na Escola Nacional de Belas- Artes e contacta com movimentos não oficiais, como o naturalismo de Barbizon e, até mesmo, com o impressionismo.
Em 1879, depois de uma breve passagem por Itália, regressa ao Porto e, à semelhança de Silva Porto, introduz a Pintura de Ar Livre em Portugal, exercendo uma enorme influência na formação da geração de pintores do último quartel do séc.XIX. Obras como Céfalo e Prócris (a sua última grande composição como pensionista), patente neste Museu, é bem ilustrativa dos valores estéticos da nova escola de paisagem, apreendidos em Paris.
Á imagem do que acontece em Lisboa (Grupo do Leão, criado por Silva Porto), Marques de Oliveira cria, no Porto, em 1880, o Centro Artístico Portuense: associação de artistas e amadores, empenhados no progresso das Belas-Artes. Pouco depois, em 1881, é professor na Academia Portuense de Belas-Artes, onde ocupa mais tarde o lugar de director. A sua longa carreira de ensino (até 1926) é considerada notável, levando os alunos ao contacto directo com a natureza e insistindo na qualidade do desenho como base de qualquer obra.
Apesar da sua formação, Pintura Histórica é ao que menos se dedica ao longo da vida. A sua vasta obra, espalhada em pequenos núcleos por museus e particulares, é de Pintura de Paisagem e representa, sobretudo, o Norte do país. A predilecção é o mar da Póvoa de Varzim, de Matosinhos, da Aguda...Dedica-se, também, à Pintura decorativa (gabinete da presidência da Bolsa do Porto), à Pintura Religiosa (painéis da Sagrada Família e do Coração de Jesus, respectivamente para as igrejas portuenses dos Congregados e dos Grilos) e, ainda, à ilustração de revistas e livros.
Das numerosas exposições em que participou, destacam-se as três últimas da SPBA (1880,1884 e 1887) - ganhou nas duas primeiras, medalhas de 3ª e 2ª classe -, Grémio Artístico - recebeu uma medalha de 3ªclasse na de 1892-, Instituto Portuense de Estudos e Conferências e Fotografia União (Porto, 1908).
Em 1929, dois anos depois da sua morte, o Porto presta-lhe homenagem, inaugurando um monumento em sua honra, no Jardim de S. Lázaro, e uma exposição de Quadros do Grande Mestre Marques de Oliveira, no Ateneu Comercial do Porto.
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