O principal mosteiro medieval da bacia do rio Sousa possui uma história rica, que tem o seu início muito antes da construção do edifício que, na actualidade, subsiste. Em 956, uma primeira comunidade familiar foi aqui fundada por D. Tructesindo Galindiz e sua mulher, Animia, sobre os restos do que se pensa ter sido uma uilla romana, mas de que não se detectaram ainda vestígios materiais. Sensivelmente um século depois, o cenóbio foi objecto de grandes reformas, no contexto proto-românico que caracteriza as décadas finais do século XI na diocese de Braga. Em 1088, com a presença solene do bispo D. Pedro, o novo templo foi sagrado.
As dúvidas acerca da cronologia exacta a atribuir às diferentes partes do conjunto iniciam-se com essa sagração. Sabemos que, nos inícios do século XII, o mosteiro estava já na posse dos Beneditinos que, com certeza, patrocinaram a construção do actual edifício, mas a data exacta desta vasta campanha e, sobretudo, o ritmo das obras não estão, ainda, suficientemente esclarecidos. As obras não se terão iniciado antes de 1166, e prolongaram-se extraordinariamente, avançando lentamente sobre todo o século XIII e entrando, mesmo, no XIV.
Segundo a interpretação de Carlos Alberto Ferreira de Almeida, a empreitada românica iniciou-se pela fachada principal (e não pela cabeceira, como era habitual), porque terá havido a necessidade de se manter "boa parte da igreja anterior, enquanto se não adiantasse o corpo da nova", por forma a não se interromper o culto. Desta forma, o autor identificou três fases essenciais, bastante espaçadas no tempo, correspondendo a três diferentes impulsos construtivos: frontaria; corpo e cabeceira. Os argumentos que utilizou são de aceitar nas suas linhas essenciais, uma vez que, entre estes patamares de obra, existem suficientes elementos estilísticos diferenciadores.
Apesar destas discrepâncias, e das numerosas influências artísticas que aqui podemos identificar (assuntos que, pela sua complexidade, não podemos aqui desenvolver), o plano arquitectónico subordina-se à tipologia de templo beneditino de três naves, seguido em Portugal nos séculos XII e XIII: corpo tripartido em naves de quatro tramos, separadas por arcos diafragmas e cobertas por tecto de madeira; cabeceira igualmente tripartida, escalonada, com paredes testeiras redondas, e interior abobadado. Infelizmente, a capela-mor foi substituída, em 1741, pela actual, de planta rectangular e muito mais profunda, assim como desapareceu a capela de D. Egas Moniz, mandada destruir em 1605. Outras transformações ocorreram na época moderna, alterando-se, por completo, a fisionomia das áreas monacais e, principalmente, na década de 30 do século XX, quando se procedeu ao restauro de todo o conjunto.
No interior da igreja, conserva-se o mais importante túmulo românico nacional: o monumento funerário de D. Egas Moniz, tutor de D. Afonso Henriques e principal impulsionador do mosteiro, em cujas imediações possuía paço. A actual configuração da obra é o resultado de duas épocas distintas, uma realizada na segunda metade do século XII, pouco depois da morte deste nobre (1146) e outra pelos meados do século XIII, altura em que se terá refeito o túmulo.
Iconograficamente, é plena de actualidade com o que então se fazia noutros reinos da Europa ocidental, representando-se nela cenas da vida do tumulado, o passamento da sua alma e a deposição na terra. Por corresponder a uma atitude individual da história de Egas Moniz, merece destaque a viagem que empreendeu a Toledo, para se entregar a Afonso VII, a quem havia prestado vassalagem no cerco de Guimarães, atitude de verdadeiro e fiel membro da nobreza, que o fez abandonar o seu anterior senhor, Afonso Henriques. Num dos topos, representa-se o passamento da sua alma, simbolizada numa pequena figura nua, que sai da boca do seu corpo já sem vida.
Unhão é um importante templo do Vale do Sousa, que reflecte bem a importância e o alcance do processo de povoamento desta região em pleno século XIII. Um primitivo templo foi sagrado pelo Bispo de Braga em 1165, mas o que hoje podemos observar corresponde certamente a uma reforma posterior verificada nas primeiras décadas do século XIII - ou a um continuado e lento processo edificador iniciado nesse ano de 1165?
É um templo de modestas proporções, de nave única e capela-mor rectangular, cujo principal motivo de interesse reside no seu portal principal. Este é inscrito em gablete e compõe-se de quatro arquivoltas de arco de volta perfeita, decoradas com motivos geométricos e vegetalistas (a exterior em forma de moldura de enxaquetados), que enquadram um tímpano preenchido com a típica cruz vazada de tradição bracarense.
O interior foi bastante enriquecido nos séculos XVIII e XIX, salientando-se os retábulos que ladeiam o arco triunfal e o retábulo-mor, de talha dourada a denunciar a sua datação setecentista. O restauro do conjunto ocorreu nos anos 60 do século XX e, por ser já relativamente tardio, não impôs uma unidade de estilo tão marcante como em outros monumentos românicos. Foi assim que sobreviveram os retábulos e demais espólio da época moderna, contribuindo para que se evidencie a história do monumento, em vez de ele surgir aos nossos olhos cristalizado num determinado período estilístico.
Freixo de Baixo é uma das mais antigas instituições religiosas do território de Amarante, estando documentada desde os finais do século XI. Em 1120, já aqui existia um mosteiro de cónegos de Santo Agostinho, cuja vitalidade, embora escassamente documentada, se presume ter sido regionalmente importante, a ponto de a comunidade figurar numa bula do Papa João XXII a D. Dinis.
O conjunto arquitectónico que chegou até nós data genericamente do século XIII, ainda que se não se conheçam pormenores a respeito da edificação. A igreja é um típico templo românico, de escassas dimensões, constituído por nave única e capela-mor rectangular. O portal principal é em arco de volta perfeita, de três arquivoltas, com elementos vegetalistas e animalistas, sendo o tímpano liso. No interior, o arco triunfal é igualmente a pleno centro, fazendo-se a cobertura em texto de madeira. Voltando ao exterior, o conjunto possui adro fronteiro murado e uma torre quadrangular do lado Sul, anexa à fachada principal, de dois andares, sendo o superior rasgado por pares de arcos sineiros de volta perfeita.
No final da Idade Média, algumas paredes do interior foram revestidas por pinturas murais, de que se conserva uma interessante composição alusiva à Adoração dos Reis Magos, mas, por essa altura, já a comunidade vivia um processo de decadência. Ao longo da Idade Moderna, as referências ao mosteiro são muito escassas, mas permitem vislumbrar um progressivo declínio, inclusive ao nível do edifício monacal. Abandonado depois de 1834, só mais de um século depois se procedeu ao restauro, que se arrastou também por quase duas décadas.
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