Constituída como paróquia em 1457, a povoação de Azurara existia já desde o reinado de D. Afonso III, integrando então a freguesia de Pindelo. Depois da desanexação da paróquia de São Salvador de Canidelo, a Capela de Nossa Senhora da Apresentação passou a acolher as cerimónias religiosas da nova freguesia.
No entanto este templo cedo se mostrou insuficiente para albergar toda a população local, pelo que em 1502 o povo de Azurara, aproveitando a passagem de D. Manuel por aquelas terras quando este se dirigia a Compostela, pediu ao rei permissão para edificar uma nova igreja paroquial.
A construção da nova matriz, dedicada a Santa Maria a Nova, ter-se-á iniciado nesse mesmo ano, tendo sido provavelmente terminada em 1522, data de conclusão do espaço da capela-mor. O edifício resultante assemelha-se muito à matriz de Vila do Conde, edificada na mesma época, embora esta apresente uma estrutura mais imponente.
O conjunto evidencia-se por algum ecletismo, derivado certamente da longa campanha de obras de que resultou a sua edificação. A estrutura manuelina, de grande sobriedade, é decorada com um portal principal decorado com motivos de grotesco , cujo conjunto é rematado por um nicho com a imagem de Nossa Senhora da Apresentação, vinda da primitiva capela de Azurara com a mesma designação. Este conjunto de linguagem ao romano derivou certamente dos modelos traçados na Matriz de Caminha, e que a partir das primeiras décadas do século XVI se alastraram a todo o Noroeste português.
Do lado esquerdo da fachada foi construída no final do século XVII a torre sineira, com balcão no segundo registo e oito aberturas sineiras no topo, cujo modelo é decalcado da torre da matriz de Vila do Conde, edificada pelo mestre João Lopes o Moço durante a década de 80 do século XVI. A estrutura exterior das naves é rematada superiormente por uma linha de ameias, e a cabeceira encontra-se flanqueada por quatro contrafortes.
O interior é composto por três naves de cinco tramos marcados por arcos de volta perfeita assentes em pilares lavrados com motivos vegetalistas. A capela-mor, de planta quadrada, é coberta por uma abóbada de nervuras de gosto manuelino, concluída em 1522 pelo mestre Gonçalo Lopes, conforme nos indica a inscrição feita junto à mesma.
No programa decorativo interior destacam-se ainda o revestimento azulejar da cabeceira, datado do século XVIII e proveniente da oficina de António Rifarto (Idem, ibidem) e as pinturas retabulares. Os altares das naves laterais apresentam pinturas quinhentistas, salientando-se os painéis maneiristas do retábulo de Nossa Senhora do Rosário, pintados cerca de 1574 por Francisco Correia. O actual retábulo da capela-mor foi executado em 1720 pelo entalhador Francisco Machado.
As origens do mosteiro de Vila Boa do Bispo recuam aos derradeiros anos do século X ou primeiros da centúria seguinte. Entre 990 e 1022 (ou em 1008, como pretendem alguns autores, um primitivo cenóbio foi fundado por D. Mónio Viegas, o Gasco, cavaleiro francês que combateu al-Mansur e alcançou grande prestígio nesta secção relativamente interior de Riba-Douro. De 1022 é uma discutida inscrição (realizada em data posterior a essa data) na tampa de um sarcófago existente no claustro, que indica ter sido aquele o túmulo de D. Mónio e de dois dos seus filhos. O facto de se tratar de uma inscrição posterior à data efectivamente epigrafada, porém, levou Mário Barroca a equacionar a hipótese de se tratar de uma legenda do século XIII, eventualmente realizada por "algum descendente da linhagem dos Gascos em busca de prestígio social".
Até à segunda metade do século XII, a história deste Mosteiro está envolta em lendas e atribuições duvidosas. De acordo com antigas crónicas, existia uma inscrição de 1035, associada ao sarcófago do bispo portuense D. Sesnando, cujos restos mortais foram trasladados para a parede Sul do templo em 1142, por ordem de D. Pedro Rabaldes, outro prelado do Porto. No entanto, quer a indicação de 1035, quer a de 1142 (data que algumas crónicas indicam ter estado epigrafada numa pintura mural no local do túmulo) são de existência duvidosa e não podem ser aceites sem reserva.
A igreja que hoje subsiste data dos finais do século XII ou inícios do seguinte, à semelhança de uma grande parte do nosso Românico. Nessa altura, ter-se-á refeito integralmente o templo monacal, dotando-o de uma estrutura comum para a época, de nave única e capela-mor rectangular, esta última provavelmente abobadada e apresentando arcarias cegas no exterior.
É precisamente a existência de arcadas cegas - na fachada principal e não na capela-mor, esta entretanto muito adulterada - o principal motivo de interesse do edifício, uma vez que se trata de uma solução sem paralelo no nosso país. Conservam-se uma arcada inteira e o arranque de uma segunda, no lado Norte da fachada principal, sendo as aduelas decoradas por animais afrontados. A contextualização destas formas não é fácil e tem vindo a ser objecto de discussão. Parecem não restar grandes dúvidas acerca de uma ascendência francesa (eventualmente passando pela Galiza), mas a verdade é que encontramos aqui analogias com os primeiros ensaios românicos de Braga, de Rates e de Travanca, o que poderá recuar a datação do conjunto em mais de meio século.
Na Baixa Idade Média, vários foram os homens importantes que aqui se sepultaram. D. Júrio Geraldes, corregedor do rei para o entre-Douro-e-Minho, encomendou dois túmulos pela década de 60 do século XIV, um para si e outro para D. Nicolau Martins, que sucumbiu em 1348 à Peste Negra, realizações que se encontram, actualmente, inseridas em modernos arcossólios da parede Norte do corpo. Um terceiro túmulo, já do século XV e que se encontra adossado ao flanco exterior Sul, é de D. Salvado Pires.
As maiores transformações no conjunto ocorreram a partir da segunda metade do século XVII e até aos meados da centúria seguinte. Para além da radical transformação das áreas monacais, o templo foi objecto de uma vasta campanha de obras, onde se conta a refeitura quase integral da fachada principal (com novo portal e mais ampla iluminação) e a actualização estética do interior. A parte mais simbolicamente relevante foi tratada como uma igreja forrada a ouro, uma vez que o arco triunfal, o tecto da capela-mor e as paredes fundeiras da nave e capela foram revestidos por uma homogénea solução de talha dourada em associação a retábulos. Na parede Norte da nave ainda subsiste o púlpito e o varandim trapezoidal policromado, de onde os monges assistiam às cerimónias litúrgicas.
Situado a Norte da região do Vale do Sousa, o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Felgueiras destaca-se, não apenas pela beleza natural das suas paisagens, como pela centralidade geográfica que assume e que justificou o lançamento, ao tempo do domínio romano, de várias vias que ligavam importantes localidades da Península Ibérica, de entre as quais a que ia de Bracara Augusta (Braga) a Aqua Flaviae (Chaves), passando por Ciada/Caladuno, posteriormente reutilizadas nos tempos medievos, numa comprovação da sua valência.
Embora mais conhecido por edifícios de monumentalidade semelhante ao do Mosteiro de Pombeiro, o termo de Felgueiras possui exemplares arquitectónicos distintivos de várias épocas e estilos, numa evidência da sua relevância ao longo dos tempos e, em especial, durante a construção da nacionalidade, a par de testemunhos de uma vivência anterior, como no caso da "Igreja de Santa Maria de Airães", erguida num adro lajeado a granito, no Lugar do Mosteiro.
Com referências documentais que apontam para a sua existência em finais da primeira centúria do novo milénio, é de 1184 a data hipoteticamente inscrita numa pedra entretanto desaparecida do púlpito, embora referida nas primeiras décadas de setecentos por Francisco Xavier da Serra Craesbeeck (1673-1736), descendente de Peeter van Craesbeeck (1572-1632), tipógrafo que se instalou em Lisboa refugiado das lutas religiosas que assolavam a Antuérpia.
Remodelado entre os séculos XIII e XIV, o templo foi, então, dotado de elementos arquitectónicos e gramática decorativa filiados no gótico, remontando a esta mesma campanha de obras o alargamento do seu interior que passaria de uma a três naves, até que o movimento barroco acrescentou à capela-mor o revestimento com painéis azulejares (ainda que de padrão seiscentista policromos a azul e amarelo,) que podemos observar nos nossos dias, assim como o altar central e sacrário de talha dourada e profusamente decorados com motivos fitomórficos, para além dos próprios retábulos colaterais, executados em talha policroma, com copiosa decoração composta dos mesmos elementos fitomórficos, a par de concheados.
Dedicada a Santa Maria e preservando ainda inúmeros elementos do seu ciclo primitivo de construção, a igreja, de planta longitudinal, exibe, lateralmente, sacristia e torre sineira (de acesso exterior), penetrando-se no seu interior através de portal principal de quatro arquivoltas perfeitas apoiadas em impostas assentes em colunas de fuste liso, mas de capitéis e bases lavradas com motivos vegetalistas e círculos enlaçados.
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