Situada na freguesia de Couto (Santa Cristina), a Casa de Dinis de Cima, envolta pela quinta à qual pertence, desenvolve-se numa planta em forma de U, que articula os dois volumes de maior destaque: os torreões.
As informações disponíveis sobre este imóvel não permitem concluir se esta é uma edificação de raiz, ou se, pelo contrário, radica numa construção medieval, profundamente alterada pela campanha do século XVIII. Na verdade, as denominadas casa-torre constituíram o modelo preferencial da habitação nobre na época medieval, onde este género de plano, com duas torres unidas por um corpo, foram uma das variantes adoptada e da qual restam alguns exemplos (AZEVEDO, 1969, p. 26). Esta planimetria foi, posteriormente, recuperada pela arquitectura setecentista que, muitas veze,s reedificou as torres originais. Na Casa de Dinis de Cima, e apesar da compartimentação dos alçados por pilastras, estes volumes conservam uma alusão militar, de função apenas decorativa, bem presente nas ameias que rematam quer as torres quer o volume que as une. O próprio portal em ogiva que se abre no muro evoca, também, a linguagem medieval. Menos próprio da época, são os muitos vãos que rasgam estes corpos, com molduras de cantaria de configuração diferenciada.
Assim, e sem abandonar totalmente a possibilidade de aqui ter existido uma outra edificação, bem anterior, certo é que ela foi profundamente alterada no século XVIII. As fachadas do pátio e dos corpos laterais contrastam vivamente com a imagem fortificada observada, ao apresentar um desenvolvimento mais depurado. No alçado mais longo, ganha especial importância a capela, a porta principal, bem como o conjunto formado pelo brasão de armas dos Correia Miranda (com certeza, a família proprietária do móvel) e a fonte. O brasão ocupa um lugar de destaque, ao elevar a linha da cornija, que forma um semicírculo. Por baixo, abre-se uma janela, e no plano térreo, encontra-se a fonte, de tanque rectangular, com espaldar decorado. Duas pilastras encimadas por pináculos, ladeiam a estrutura central, com a bica e, sobre a cornija, um nicho flanqueado por volutas é rematado por frontão curvo.
No interior, bastante alterado, apenas se conservam algumas das coberturas, em masseira.
Texto: (Rosário Carvalho) / IPPAR
A actual configuração da torre da Barbosa poderá esconder um dos mais antigos testemunhos de arquitectura militar medieval no nosso país. A tradição tem apontado o ano de 866 como o da construção de uma primitiva estrutura militar neste local, na sequência da doação do lugar de Bordalo (topónimo que tem sido interpretado como o mesmo a que corresponde a actual torre), feita por Afonso III das Astúrias ao conde D. Hermenegildo. No entanto, até ao momento não se identificaram quaisquer vestígios dessa primitiva estrutura e só um programa de intervenção arqueológica o poderá esclarecer.
No século XII, possuímos informações mais seguras acerca do monumento. Reinando D. Afonso Henriques, a Terra de Penafiel esteve na posse de D. Mem Moniz (irmão de D. Egas Moniz), nobre a que se atribui a construção de um paço fortificado no local. Por testamento, a propriedade passou a sua filha, D. Teresa Mendes e, por casamento desta, para a mão de D. Sancho Nunes de Barbosa, o primeiro nobre a usar este apelido no nosso país e a cuja existência se deve a alteração do topónimo.
Infelizmente, dessa fase românica da propriedade nenhum testemunho material chegou até hoje, mas a sua antiguidade é atestada logo no reinado de D. Dinis. Nas Inquirições então efectuadas, a quinta é mencionada como "honra de Barbosa Velha", certamente por contraste com outras propriedades nas imediações de instituição mais recente.
O aspecto actual da torre medieval data de meados do século XIV e, posteriormente, de duas reformas levadas a cabo nos reinados de D. João I e de D. Manuel. Em 1334, a honra foi repartida por vários herdeiros, cabendo a parte que incluía a torre senhorial a D. Leonor Mendes e a seu marido, D. Martim Anes de Sousa. Com a subida ao poder da nova dinastia de Avis, a propriedade foi doada aos Malafaias e Azevedo, que a transformaram em solar familiar. Datará destas duas alterações de posse a construção que actualmente subsiste, tendo sido mais difundida a hipótese que a situa no século XV, embora as suas características a pareçam colocar um pouco mais atrás no tempo.
A torre é uma estrutura de planta quadrangular, de dois andares marcados por vãos abertos nos alçados, e encimada por uma linha de ameias a toda a sua volta. O "aparato denso dos muros", que aparecem aqui "desprovidos de aberturas", confere-lhe um aspecto mais arcaico que aquele que seria de supor numa construção do século XV, embora esta seja uma convicção com base em analogias estilísticas, não se alicerçando em datações absolutas.
No reinado de D. Manuel, a torre foi objecto de uma modernização, cujo alcance é ainda mal conhecido. As janelas do piso superior foram modificadas, para albergar um arco polilobado abatido de perfil manuelino. Dessa campanha, deverão datar também as ameias chanfradas que rodeiam o edifício e as gárgulas de canhão dispostas nos seus ângulos, aspectos que "denunciam a sensibilidade da época manuelina".
Por essa mesma altura, ter-se-ão dado importantes transformações nas partes habitacionais, alterações que a época moderna se encarregariam de aprofundar. Actualmente, um corpo de dois andares, mas bastante mais baixo que a torre, adossa-se-lhe a uma das faces laterais e possui planta em L. A entrada principal é no piso nobre do corpo menor, com patim alpendrado e acesso através de uma escadaria paralela ao corpo maior. No piso térreo, abrem-se várias portas e janelas, de carácter utilitário e de vocação agrícola e de serviço. O piso superior é fenestrado regularmente por janelas em guilhotina, elementos que conferem clara monumentalidade e carácter nobre a esta parte do conjunto.
Outras transformações foram, entretanto realizadas, tendo a quinta chegado aos nossos dias como uma soma de múltiplas fases construtivas, cujo estudo rigoroso se impõe como única via de melhor se conhecer a sua história.
Fotos: www.monumentos.pt
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